As enchentes que assolam o Rio Grande do Sul deixam um rastro de destruição em diversas regiões do estado, e não se sabe até quando vamos ter que conviver com tudo isso.
A extensão total dos danos ainda não foi completamente avaliada, mas um levantamento preliminar da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) calcula R$ 61 milhões de perdas na pecuária e mais de um bilhão de reais na agricultura.
Um dos cultivos destruídos nas lavouras é o arroz, que está em fase de colheita em algumas regiões.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor do país, responsável por 70% da produção nacional do grão.
As maiores plantações ficam em Uruguaiana, Itaqui, na Fronteira Oeste, e Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do estado.
Para a nossa sorte, mais de 80% das lavouras já haviam sido colhidas quando toda essa tragédia começou. Dos outros 20%, talvez sobre pouca coisa. Confira o gráfico abaixo da Federarroz.
Mas, os especialistas explicam que o problema está na infraestrutura, silos destruídos e armazenagem em meio a toda essa umidade, além da logística para o escoamento da safra até a indústria.
São muitas estradas interrompidas, e a impossibilidade de remover a produção pode causar prejuízos ainda maiores.
Em visita ao Rio Grande do Sul na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se for preciso, o Brasil pode importar arroz para garantir o abastecimento e prevenir aumento de preços ao consumidor.
E já está publicada a Medida Provisória (1217/2024) que autoriza essa importação.
Em nota oficial, entidades representativas do setor arrozeiro garantiram que não há risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor.
A projeção de colheita para esta safra, de sete milhões e cento e cinquenta mil toneladas, é uma redução de pouco mais de 1% em comparação com a safra passada, e essa pequena queda será compensada pela diminuição das exportações, que é considerada praticamente certa.
Segundo a nota, o empenho que se vê em todo o país deve superar as dificuldades de escoamento da produção, e a reorganização de produtores, cooperativas e indústrias já começa a acontecer.
Arroz é alimento, comida de primeira necessidade. Não pode e não vai faltar, segundo afirmam produtores rurais, e nós também acreditamos que assim seja.