A maior parte do milho do Centro-Oeste brasileiro está na fase de enchimento de grãos nas condições da segunda safra, conforme a análise semanal da Grão Direto. Com temperaturas mais amenas e algumas chuvas pontuais, algumas áreas, especialmente as irrigadas, devem ter sua colheita já iniciada no decorrer da primeira quinzena de Junho. Na região Sudeste do Brasil a cultura sofreu com a falta de chuvas, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, o que trará prováveis reduções na produtividade.
Sobre as projeções de preço, o Sul e partes do Sudeste brasileiro podem ter preços melhores devido ao que a Conab já tem chamado de quebra de safra, em função da falta de chuvas. Em contrapartida, o cereal no centro-oeste deve passar por uma pressão nos preços devido a um volume adequado de produção. O que será mandatório é a demanda pelo grão. Para os vencimentos mais longos temos um milho cotado na B3 a R$65,00/saca (Novembro/2024), entretanto, o alto valor desse preço futuro coloca apenas um prêmio de risco sobre a cotação, não mensurado, pelo menos não de forma significativa, a demanda interna e para exportação.
Quanto ao fundos vendidos em milho, do fechamento das posições financeiras da semana passada, dentre soja, derivados de soja, trigo e milho, apenas o milho encerrou a semana com uma posição vendida. Isso mostra que mesmo com uma possível diminuição na área de plantio de milho por conta da atratividade da soja, a demanda pelo cereal norte-americano tende a diminuir perante a grande produção mundial. Além disso, no mercado interno, a produção de Etanol está acima da média de 5 anos, e mesmo assim o cereal caiu em Chicago, reforçando a baixa demanda.
A tendência de baixa observada na última semana deve se manter para nesta semana. Mesmo com as bolsas pressionando para baixo, o mercado físico não sentiu tanto o impacto dos recuos, fechando com desempenhos mistos entre as regiões produtoras, porém deverá sentir mais esta semana.