O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela convocou os candidatos presidenciais para participarem, nesta sexta-feira (2), de uma auditoria das eleições realizadas no último dia 28. Ao todo, 10 políticos estarão presentes no encontro, incluindo o presidente Nicolás Maduro, e Edmundo González, o principal candidato da oposição.
A verificação do resultado do pleito foi solicitada por Maduro, depois de acusações de fraude. Na contagem do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o atual presidente aparece 52,21% dos votos, ante 44,2% de González. A oposição e a comunidade internacional contestam os números, alegando ter provas da vitória de González.
“Apelando para a Constituição, coloco-me à disposição para ser submetido a qualquer investigação que seja exigida pelo Tribunal. De forma soberana canalizaremos esta situação e iremos superá-la com a lei e as instituições. A Venezuela tem classe consciente, mobilizada e alerta. Haverá paz e justiça na Venezuela”, disse Maduro.
O presidente enfatizou que seu partido, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), tem todas as atas eleitores. Já a líder da oposição, Maria Corina Machado, afirmou ter 70% dos boletins das urnas, que, segundo ela, já mostram a derrota de Maduro.
Protestos continuam
Em meio ao impasse político, os moradores continuam protestando na Venezuela. Os atos se estendem por todas as regiões do país, provocando confrontos com policiais e a deterioração do patrimônio público, como as estátuas relacionadas ao regime de Maduro. Até o momento, 11 pessoas foram mortas e mais de 1,2 mil, presas.
Na terça-feira (30), Maduro prometeu penas de até 30 anos de prisão para os manifestantes, dizendo que “desta vez não haverá perdão”. A fala foi reforçada na quinta-feira (1º), quando o presidente venezuelano disse que todos os criminosos irão para presídios de segurança máxima para “pelos pelos crimes perante o povo”.
Maduro ainda culpou González e Maria pelos atos de violência no país. Ele afirmou que ambos deveriam estar atrás das grades e prometeu que “a justiça chegará” até eles. “Essa gente tem que estar atrás das grades e tem que haver Justiça. Eles deveriam, em vez de se esconder, apresentar-se ao Ministério Público e dar a cara a tapa.”