O preço da soja caiu na bolsa de Chicago com o retorno gradual das chuvas em áreas produtoras do Brasil trazendo algum alento em meio ao atraso da semeadura no país. Na bolsa americana, os contratos para novembro cederam 0,82% nesta segunda-feira (30/9), para US$ 10,57 o bushel.
De acordo com a consultoria Granar, no último fim de semana, chuvas foram registradas em áreas produtoras de Mato Grosso e Goiás.
Esse quadro deve beneficiar o ritmo do plantio de soja no Brasil nas próximas semanas. Atualmente, os trabalhos atingem 2% da área, um atraso quando comparado com os 5,2% plantados nessa mesma época do ano passado, segundo dados da AgRural.
Em meio a um quadro de seca em algumas áreas produtoras, a perspectiva de clima para as lavouras é favorável, de acordo com Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
“A chuva passageira ajudou a aliviar o estresse do solo, e mais precipitações podem acontecer na segunda quinzena de outubro. Se esse clima se confirmar, deverá ser negativo para os preços [da soja] em Chicago”, destaca o analista.
O milho seguiu em trajetória de alta na bolsa de Chicago, e avançou após um ajuste nos números de estoques dos Estados Unidos. Os papéis para dezembro subiram 1,61%, a US$ 4,2475 o bushel.
Os estoques trimestrais de milho nos EUA até 1º de setembro somaram 44,71 milhões de toneladas, de acordo com informações do Departamento de Agricultura do país (USDA). O número ficou bem abaixo das estimativas de analistas de mercado, que esperavam 46,84 milhões de toneladas. Em 1° de setembro do ano passado, as reservas do cereal somavam 34,55 milhões.
Alguma força de alta também é vista no atraso do plantio de soja no Brasil. Essa demora pode atrapalhar o ritmo ideal de instalação de milho safrinha no país.
Os contratos futuros do trigo com entrega para dezembro subiram 0,69% na sessão desta segunda em Chicago. A cotação do dia foi de US$ 5,84 o bushel.
A valorização do cereal foi pautada por um clima adverso em áreas produtoras da Rússia e também da União Europeia, conforme relatório da consultoria Granar.
Já os dados sobre estoques de trigo nos EUA frearam uma reação ainda maior nas cotações.
No trimestre encerrado em 1º de setembro, as reservas de trigo americanas somaram 54,05 milhões de toneladas, maior que as 53,69 milhões esperadas por analistas. Em 1° de setembro de 2023, a posição dos estoques de trigo era de 48,09 milhões de toneladas.