Até a meados do século XX, a soja era uma curiosidade no Brasil e de pouca expressão no mercado doméstico. Mas o aumento da produção e os representativos ganhos de produtividade colocaram essa oleaginosa em papel de destaque no agronegócio brasileiro. Atualmente, a importância da sojicultura no Brasil é inegável. O país é o principal produtor e exportador dessa oleaginosa.
A partir da safra de 2019/2020, a produção brasileira de soja passou a ser superior à dos Estados Unidos, fazendo com que o país ocupasse a primeira posição no ranking mundial. Quanto às exportações, mais da metade da soja comercializada no ambiente internacional é de origem brasileira, tendo a China como principal mercado.
Embora o cenário turbulento da conjuntura internacional, a perspectiva para a sojicultura é favorável para a safra de 2022/2023. É esperada uma produção recorde de quase 150 milhões de toneladas (ver figura abaixo), distribuída em uma área de 41,6 milhões de hectares, o que representa uma de produtividade 59,7 sc/ha. Em contrapartida, em função dos estoques de soja baixos nos Estados Unidos e reconstrução do rebanho suíno na China, deve haver equilíbrio no balanço global da oleaginosa.
Para a safra de 2022/2023, os preços da soja tendem a permanecer elevados, contudo, não são esperadas alterações acentuadas. Entretanto, considerando a expectativa do aumento da taxa de câmbio e as incertezas do conflito entre a Rússia e Ucrânia, a composição do custo de produção tende a aumentar, refletindo em um viés ligeiramente negativo para as margens de lucro dos sojicultores. Vale lembrar que, em 2021, 84% dos fertilizantes utilizados no Brasil foram importados, em que a Rússia foi um dos principais parceiros comerciais.
Destarte, há um esforço em conjunto entre indústrias, governo e associações do agronegócio para que os efeitos da conjuntura internacional sejam minimizados na safra de 2022/2023.
