A soja brasileira teve uma leve alta na semana passada, indo na contramão de Chicago, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgadas pela TF Agroeconômica. De acordo com a TF, no Brasil, a quebra de safra afeta alguns estados onde há maior concentração de moagem, que devem disputar produto com os exportadores e isso é um fator de alta.
“Os preços domésticos da soja estão na contramão de Chicago, subindo 3,54% no mês, 0,79% na semana e 0,22% no dia, enquanto as cotações do mercado futuro caíram 2,68% no mês e 0,28% no dia. Como dissemos na semana passada, as altas naquele período deveriam ser aproveitadas, porque a tendência geral do mercado de soja no mundo, devido ao excesso de oferta e à redução da demanda, principalmente na China, não dá sustentação aos preços”, comenta.
Outro fator de alta é o atraso da colheita na Argentina, que impede uma queda mais acentuada dos preços. “A Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse na quinta que os trabalhos estavam em 25,5% da área apta, avanço de 11,7 pontos percentuais na semana e atraso de 22,8 pontos porcentuais em relação à média das cinco temporadas anteriores. A condição das lavouras do país piorou levemente na última semana. Segundo a bolsa, 76% da safra apresentava condição entre normal e excelente, ante 77% na semana anterior”, completa.
Para a baixa, se destacam as chuvas nos Estados Unidos e também o andamento da colheita na América do Sul. “As chuvas que avançam desde o centro das Grandes Planícies até o oeste e o norte do Meio-Oeste dos Estados Unidos. Essas precipitações devem melhorar a umidade do solo em áreas com déficit hídrico”, indica.
“O avanço das colheitas e da oferta da América do Sul: Por mais que a colheita de soja na Argentina esteja um pouco atrasada, a soma da oferta sul-americana é 28 milhões de toneladas neste ano do que foi no ano passado, pressionando o mercado neste momento”, conclui.