Sexta-feira, 29 de novembro de 2024 - Email: [email protected]




Setor de máquinas agrícolas está otimista para o ano de 2023



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O setor de máquinas agrícolas está otimista para o ano de 2023. As vendas cresceram 1,7% em 2022, quando comparadas com o ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq, apesar do percentual ser baixo, a base de comparação é robusta.

“Estamos crescendo desde 2017, sendo que, em 2020 e 2021, crescemos 17,7% e 42,5%, respectivamente. Percentuais excepcionais para o ramo industrial. Esse cenário de otimismo é resultado dos ótimos preços que os agricultores receberam no triênio de 2020 a 2022”, afirma Bastos.

Em relação às exportações do setor de máquinas agrícolas, os resultados também foram positivos, com crescimento de 32%. Segundo o presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq, esse crescimento se deve ao represamento da demanda em 2021, que foi superada em 2022.

“Deve-se ao represamento das exportações que ocorreram em 2021, onde houve uma demanda muito grande no mercado interno e não foi possível atender a essa demanda adequadamente em 2021. Já em 2022, conseguimos atender a essa demanda que ficou represada.”, observa Bastos.

Exportações e importações

No geral, o valor das exportações em 2022 fechou em R$ 12,2 bilhões, o que representa um crescimento de 21% em relação ao ano anterior e mais de 20% da receita total do setor, com destaque para as máquinas de agricultura (32%). Também houve o crescimento na quantidade de bens exportados (6,5%). Boa parte das exportações foram para países da América do Sul, principalmente para a Argentina, com 60,9%.

As importações também cresceram no ano passado (13,8%), com um incremento de US$ 24 bilhões frente aos US$ 21 bilhões em 2021. Já no mês de dezembro houve uma queda na importação (3,1%) em comparação com novembro. No entanto, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, houve um acréscimo de 11,8%. Entre os bens que registraram maior importação aparecem os componentes e as máquinas para infraestrutura e indústria de base. Entre as principais origens das importações estão países como a China, EUA, Alemanha e Itália.

Investimentos e empregos

Houve contração nos investimentos em máquinas e equipamentos em 2022. Segundo a Abimaq, essa redução se deve à piora observada nas atividades da indústria extrativa e de transformação. O consumo aparente, que é a soma das máquinas importadas com as produzidas localmente e destinadas ao mercado interno, caiu 6,8% em relação a 2021.

Em relação ao emprego, no mês de dezembro, o setor de máquinas e equipamentos registrou queda no quadro de pessoal (1,6%) em comparação ao mês anterior. No entanto, encerrou o ano com saldo positivo, com cerca de 390 mil pessoas empregadas. Quando considerado o ano, houve um aumento de 7.649 contratados ante 2021.

Vendas de máquinas em queda

Apesar dos bons números em máquinas agrícolas, exportações e aumento de contratações, a venda de máquinas e equipamentos teve a sétima queda consecutiva na receita líquida de vendas em dezembro de 2022. Com isso, o ano fechou com decréscimo de 5,9% nas vendas, segundo a Abimaq.

O ano de 2022 já havia começado com uma queda na ordem de 4% no setor. No entanto, se esperava um arrefecimento do cenário na segunda metade do ano, o que não ocorreu. De acordo com a Abimaq, o último semestre, e mais especificamente o último trimestre do ano, “veio acompanhado de onda de incertezas”, e isso teria contribuído para a redução nas vendas de máquinas e equipamentos. Mesmo com bom desempenho durante o ano, as exportações de máquinas e equipamentos tiveram redução de 1,2% em dezembro.

Apesar de terem reduzido a queda em relação ao início do ano, as vendas no mercado interno em dezembro ainda figuram no negativo, com redução de 7% quando comparado ao mesmo período de 2021.

Com essas quedas, o setor interrompeu o ciclo de quatro anos consecutivos de crescimento – que haviam gerado recuperação de 38,1% nas vendas em relação a 2017. No entanto, o melhor ciclo de vendas foi entre os anos de 2010 e 2013.



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