A seca dos rios tem causado sérios transtornos no transporte de pessoas e mercadorias pela rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus. A travessia, tradicionalmente realizada por balsas, está enfrentando grandes desafios devido à baixa dos rios.
Com o nível dos rios reduzido, as embarcações estão transportando menos veículos, o que resulta em longas filas e prolonga o tempo de viagem por dias, segundo relatos de carreteiros. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que as balsas estão encontrando dificuldades para atravessar, sendo frequentemente atingidas por pedras que surgem devido ao nível baixo do rio.
Em 2021, a ativista da Amazônia Txai Suruí, previa que isso iria acontecer. Em um discurso na COP 26, alertou chefes de Estado e milhares de negociadores, representantes do governo, empresas e cidadãos sobre a urgência das mudanças climáticas. “Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo”, disse Txai.
A situação exige ações corajosas e globais. “Não é 2030 ou 2050, é agora!”, concluiu a ativista.
A situação dos rios amazônicos reforçam as falas da ativista. Em Porto Velho, por exemplo, está há três meses sem chuvas significativas. A última chuva com um volume considerável foi em 25 de maio. Desde então, foram registradas cerca de três precipitações isoladas e com volume muito baixo. O nível do rio Madeira está inferior aos vinte centímetros.