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Sargento de trisal atira em homem em bar no AC e diz que foi pra defender a mulher: ‘passou a mão nela’



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Trisal assumiu relação há um ano e mostra dia a dia nas redes sociais. Erisson Nery ainda não foi ouvido pela polícia, mas disse ao g1 que defendeu Alda após importunação sexual. Sargento de trisal se envolve em briga e atira em jovem no interior do Acre

Um vídeo que viralizou nas redes sociais na manhã deste domingo (28) mostra o sargento da Polícia Militar do Acre Erisson Nery armado após atirar contra um jovem durante uma confusão em um bar da cidade de Epitaciolândia, no interior do estado. Horas antes da confusão, o sargento postou que estava no local assistindo à final da Libertadores ao lado das duas mulheres.

O sargento ficou conhecido nas redes sociais após assumir um trisal com a mulher, também sargento da PM, Alda Nery, e a administradora Darlene Oliveira (relembre o caso aqui). Os três moram na cidade de Brasileia e há alguns meses a sargento começou a fazer tratamento psicológico, após surgir boatos de separação.

Nas imagens, que viralizaram, o sargento aparece segurando uma arma, visivelmente embriagado e sendo contido por Darlene. Certo momento, ele se aproxima da vítima, já no chão e bate nela. Novamente Darlene afasta o policial.

Segundo informações da polícia, a guarnição foi acionada para atender a ocorrência no bar e quando chegou ao local o homem já estava no chão e o sargento não estava mais no local. Testemunhas chegaram a dizer para a polícia que a confusão começou porque o homem que aparece no chão agrediu Alda e, por isso, Nery sacou a arma e atirou contra ele.

Mesmo ainda não tendo sido ouvido pela polícia, o sargento falou ao g1 que reagiu à uma importunação sexual feita pelo homem contra sua mulher.

“O cara molestou minha esposa e ela foi tomar satisfação imediatamente. Mas, ele deu um murro na cara da Alda que ela caiu apagada e com a boca cortada. Aí quando eu vi ela daquele jeito, fui atrás do cara. Lá fora entramos em luta corporal e eu atirei nele. Foram dois disparos, todos pegaram nele. Ele está estável e foi transferido para Rio Branco”, alega.

Nery disse ainda que Alda foi até a delegacia fazer queixa da importunação sexual e agressão. “Ele passou a mão nela. O bar tava lotado, mas ela conseguiu identificar e foi tomar satisfação. Não teve nada de dança, dela estar dançando, de estar conversando, não existe nada disso. Ela passou a mão nela e ela foi tomar satisfação e ele deu um soco nela”, conta.

A delegada da cidade, Carla Ívane, informou que um inquérito foi instaurado e que os procedimentos estão sendo tomados.

“Tem vídeos e áudios circulando, estamos aguardando o resultado do exame do corpo de delito e foi instaurado um inquérito policial. O sargento Nery não se apresentou e nem foi localizado pela PM. Houve um boletim informativo e seguimos com os prosseguimentos de ouvir testemunhas e abrimos o inquérito para apurar o que de fato aconteceu”, informou.

A vítima foi identificada como Flavio Endres de Jesus Ferreira, de 30 anos. Ele foi transferido para o pronto-socorro de Rio Branco. As balas atingiram o tórax e abdômen dele. Segundo o hospital, o quadro do paciente é estável e ele deve ser levado para a enfermaria.

O Comando da PM informou, por meio de nota, que está apurando disciplinarmente os fatos e tomará as medidas necessárias, mas destacou que a apuração criminal caberá à Polícia Civil. A nota diz ainda que o sargento ainda não se apresentou.

“No entanto, a PM continua em diligências com o fim de localizá-lo. A instituição reafirma que não compactua com ações que firam as normas legais ou que contrariam os valores castrenses seguidos pela corporação ao longo de sua história. Atitudes tomadas por quaisquer membros da corporação no âmbito de suas vidas privadas não refletem no posicionamento institucional e devem ser apuradas à luz do que determina a legislação”, destaca.

Sargento conta que Alda foi agredida pelo homem e, por isso, ele atirou contra ele  — Foto: Arquivo pessoal

Sargento conta que Alda foi agredida pelo homem e, por isso, ele atirou contra ele — Foto: Arquivo pessoal

Trisal

Alda e Erisson Nery são sargentos da PM e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene. Os três se relacionam há mais de um ano, mas só recentemente assumiram o trisal nas redes sociais e até criaram um perfil para divulgar a vida a três.

Mas a repercussão, além de trazer mensagens de apoio e até relatos de pessoas que levam o mesmo estilo de vida, acabou com a demissão de Darlene, segundo a sargento Alda, em junho deste ano. Ela diz que a companheira foi demitida com a justificativa de que a exposição dela afetaria a imagem da empresa.

Outra situação envolvendo os três ocorreu em agosto deste ano, quando os sargentos foram denunciados no Conselho Tutelar da cidade de Brasileia por suposta negligência na criação dos dois filhos, de 13 e 17 anos. Na época, Alda se manifestou também nas redes sociais e afirmou que os filhos são nerds.

“Denunciaram que meus filhos são negligenciados, que eles ficam em casa, não saem de jeito nenhum e que eles têm comportamento depressivo. Meus filhos são nerds gostam de ler livros e a pessoa fazer uma denúncia dessas sobre duas crianças que são inteligentíssimas, que gostam de ler livros, de assistir coisas informativas. Eles não gostam de ficar andando de skate, fumando maconha nem soltando pepeta”, desabafou.

Alda Nery, Erisson Melo e Darlene Oliveira, estão há quase um ano em um relacionamento e comemoram — Foto: Daniel Cruz/Arquivo pessoal

Alda Nery, Erisson Melo e Darlene Oliveira, estão há quase um ano em um relacionamento e comemoram — Foto: Daniel Cruz/Arquivo pessoal

História juntos

Alda e Erisson Nery são sargentos da Polícia Militar e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene Oliveira. “A princípio, temos mais apoio. Claro que existe o preconceito, o ódio. Mas a gente abstrai”, disse Erisson.

Juntos, os três assumiram a relação há um ano. Mais, eles acabaram criando um perfil em uma rede social para divulgar como é a vida que escolheram.

“Inclusive, a gente não apaga da página os comentários contrários, pejorativos, maldições e condenações ao inferno. Alguns respondemos, outros não. Aumentou muito a questão dos seguidores e audiência da página. Estamos com mais de 15 milhões de impressões, apesar de ter só 33 mil seguidores”, completou ele.

A história do trisal começou em 2000, com o casamento dos militares Alda e Erisson. Eles são pais de dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos. Darlene se juntou a eles mais recentemente, em 2020. Segundo o trisal, a administradora é um elo importante da relação, que é mantida na base do respeito, do amor e da lealdade.

O trisal decidiu morar juntos há cerca de seis meses. A iniciativa, contam, serviu de inspiração para que mais pessoas compartilhassem depoimentos parecidos.

“Muita gente, inclusive, veio se abrir com a gente falando que vive a mesma situação, só que tem medo desse preconceito que a gente está passando, tem medo do abandono da família, do repúdio. A gente ouve diariamente muitos depoimentos, principalmente de mulheres, que são a maioria dos nossos seguidores”, conta Alda.

Segundo eles, ser inspiração para outros trisais é o que os fortalecem contra o preconceito que enfrentam.

Antes de criarem o perfil no Instagram, o trisal já tinham uma página no YouTube. “A gente já tinha aprendido a lidar com isso, quando criamos um canal no YouTube e tem muita gente que não gosta da polícia. Os [comentários] positivos são sempre bem-vindos, os contrários a gente abstrai. Alguns são muito pesados e a gente responde de uma forma aceitável para rede social. Aqui [no Instagram] se torna mais fácil para nós, porque quando um fica pilhado, os outros dois vão lá e apoiam”, afirmou o sargento Erisson.

Fonte: Por Alcinete Gadelha e Tácita Muniz, g1 AC — Rio Branco



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