A região da Serra da Mantiqueira, abrangendo os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, está se preparando para a colheita das azeitonas na safra de 2024. As expectativas são positivas, prevendo um aumento na produção de azeites em comparação com o ano de 2023, que alcançou 60 mil litros. O engenheiro agrônomo Pedro Moura, membro do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), destaca que a boa florada sugere uma extração superior no próximo ano, embora a magnitude desse aumento ainda não possa ser confirmada.
A produção de azeites no Brasil é relativamente recente, tendo a primeira extração nacional ocorrido em Maria da Fé, pela Epamig, em 2008. Nesse contexto, pesquisadores e olivicultores acompanham com cautela a evolução de cada safra.
Para a safra de 2024, a Epamig está se preparando para o Azeitech, que inclui o 19º Dia de Campo de Olivicultura e a 9ª Mostra Tecnológica, marcados para o dia 2 de fevereiro no Campo Experimental de Maria da Fé, coincidindo com o período de colheita das azeitonas. Durante o evento, a agroindústria de extração de azeite da Unidade será reinaugurada, apresentando modernizações, como máquina extratora, lavadores de garrafa, rotuladores e tanques de inox, ampliando a capacidade de produção e serviços para olivicultores e produtores de azeite de abacate.
O interesse por azeites aumenta durante as festas de fim de ano, especialmente considerando a queda na produção mundial devido às mudanças climáticas, afetando países exportadores como Espanha, Itália e Grécia. Como resultado, os preços dos azeites nos supermercados brasileiros sofreram uma alta superior a 20%, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas.
Apesar do Brasil estar entre os maiores consumidores mundiais de azeite, importando em média 100 milhões de litros por ano, a produção nacional é limitada, totalizando pouco mais de 500 mil litros/ano. Dada a exigência de horas de frio pela cultura, o crescimento das áreas de produção é restrito, concentrando-se em regiões serranas, como a Mantiqueira, e em locais mais frios, como o Sul do Brasil.
Os pesquisadores também alertam para o risco de fraudes no azeite, que, como um dos produtos mais adulterados no gênero alimentício, pode ser alvo de práticas ilícitas, especialmente em fases de aumento de preços.