No final da tarde da última terça-feira, 12, foi encerrado o julgamento de dois jovens na comarca de Vilhena, que segundo a justiça, podem ter ligação com o assassinato do ex-procurador da Câmara de Vereadores de Cacoal, Sidney Sotele, executado a tiros em maio de 2019.
Os dois réus responderam na ocasião, pela morte de Marcelo Lucas, conhecido como “Pintor”, que foi executado com vários tiros na obra onde estava trabalhando no bairro 5º Bec, em Vilhena, município para o qual havia se mudado a cinco meses após pedir transferência de Ji-Paraná, onde cumpria pena em regime semiaberto.
No julgamento, os réus Maycon Anderson da Silva Nascimento, o “Lorota”, de 37 anos, apontado pela investigação como sendo o piloto da motocicleta e Adão Fagundes de Souza Junior, o “Pit Bull”, de 29 anos, que segundo as investigações, foi quem preparou o ambiente para receber o grupo que saiu de Ji-Paraná para cometer o crime. Ambos, foram condenados a mais de 18 anos de prisão cada, sem o direito de recorrer das sentenças em liberdade.
De acordo com os autos do processo, o assassinato de Marcelo Lucas tinha ligação com outras mortes ocorridas naquele ano na região de Cacoal e Ministro Andreazza e ele seria, segundo a polícia, a “mão de ferro” de Sidney Sotele. O teste de balística, apontou ainda, que a mesma arma que matou Sidney em Cacoal, também matou Marcelo em Vilhena, o que leva a crer que os assassinos também podem ter sido os mesmos.
Quem estava no local na hora do crime que tirou a vida de Sidney, e também foi alvejado com um tiro na cabeça, sobrevivendo por pouco, foi Gideão Silva, que não esquece os momentos de terror que viveu e entrevista ao Segundo News, falou sobre o drama de quase ter morrido, mesmo estando no lugar certo e na hora certa, pois apenas saia do trabalho, quando se viu em meio ao tiroteio.
“Nós estávamos saindo do trabalho e cada um caminhou para o seu carro quando tudo começou. É complicado eu mensurar aquele momento, porque é tudo muito rápido que acontece. É muita correria, aquele barulho, aquele estampido dos tiros…não tem como falar que é apavorante…você não tem prazo para definir o que é aquilo, não consegui ver nada. Eu fiquei 28 dias no hospital, 4 deles na UTI”, relembrou Gideão.
Além dos dois réus presos, também foram indiciados pela morte de Marcelo Lucas, Maurício de Souza Genovês, o “Mau Mau”, de 29 anos, que as investigações apontaram como o homem contratado para executar Marcelo Lucas, por R$ 40 mil e Wellington Mairink, o Japão”, de 31 anos, que por não ter, na época, ficha criminal, era quem fazia a “correria” para o grupo e Diego Brites Rego, o “Patrãozinho”, que foi assassinado ao lado do irmão cerca de 90 dias após a morte de Marcelo Lucas e era apontado como o mandante do crime.
Todos os indiciados fazem parte de um grupo criminoso procurado pelas autoridades.