Coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera apresenta as consequências da respiração bucal ao dormir
Um hábito comum que representa um risco para a saúde bucal: dormir de boca aberta, além de alterar a qualidade do sono, pode enfraquecer os músculos orofaciais e provocar problemas nos dentes e no maxilar. Rinites alérgicas e síndromes que causam a respiração oral são alguns dos fatores que contribuem para esse quadro em adultos e em crianças. Especialistas indicam que o diagnóstico precoce de sintomas aumenta os resultados de tratamentos.
De acordo com a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Manuella Lamarão, a entrada de ar pela boca diminui a produção de saliva durante o repouso e resseca a língua e as mucosas, o que cria o ambiente ideal para a proliferação de bactérias. “Existe maior risco de infecções como gripes, resfriados ou sinusites, uma vez que o nariz já não está filtrando o ar inspirado. Além disso, pode ocorrer o risco de cáries, desmineralização do esmalte, lesões dentárias e mau hálito”, afirma a docente.
Em casos graves, a respiração oral por longos períodos pode causar deformação maxilar. A postura incorreta para inspirar e expirar oxigênio, sem a vedação labial, acarreta enfraquecimento dos músculos do lábio superior e tem influência negativa no processo de mastigação e na estética facial. O problema é ainda mais grave em crianças, que estão em estado de formação, e podem desenvolver alterações orofaciais.
TRATAMENTO
Os sinais de que uma pessoa está dormindo com a boca aberta podem ser identificados por sintomas como garganta seca ao acordar ou a recorrência em infecções como amigdalite e faringite. O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde e o tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por um dentista ortodontista, que irá avaliar a necessidade de um aparelho ortodôntico, a fim de corrigir a mordida e a falta de espaço para o alinhamento dos dentes, e por um médico otorrinolaringologista.
RECOMENDAÇÕES
As visitas ao consultório odontológico devem acontecer, no mínimo, a cada seis meses para acompanhar possíveis irregularidades na saúde bucal. Ao identificar problemas com a respiração nasal, ideal para a qualidade de vida, o paciente pode praticar exercícios de observação para estimular a inalação de ar conscientemente pelo nariz — atividades físicas contribuem para esse hábito.
O ambiente e o posicionamento ao repousar também demandam atenção. Segundo a professora da Anhanguera, o espaço dos quartos deve ser limpo constantemente, para diminuir as chances de crises alérgicas, o ideal é se deitar de lado ou de bruços para descansar.