Após enfrentar um período pós-floração de extrema complexidade nos cinturões cafeeiros do Brasil, caracterizado por uma combinação desafiadora de escassez de chuvas e temperaturas elevadas, especialmente na região do cerrado mineiro, as condições das lavouras estão finalmente mostrando sinais de uma notável recuperação.
Com o retorno das precipitações a partir da segunda metade de dezembro e volumes significativos em janeiro, a região sul de Minas, considerada a mais crucial em termos de produção, está apresentando um desenvolvimento satisfatório, o que sugere a possibilidade de uma safra de café arábica um pouco maior em comparação ao ano anterior.
Por outro lado, as perspectivas no cerrado são diferentes, sendo essa possivelmente a única região de cultivo de arábica entre as mais importantes a registrar uma contração em relação ao ano anterior. Apesar desse desafio, acredita-se que a produção total de café arábica será ligeiramente superior à do ano anterior, embora ainda abaixo do recorde estabelecido em 2020. Além disso, no segmento do café conilon, as condições são mais favoráveis, com previsão de expansão na produção.
Com base em dados históricos do café fornecidos pelo USDA até a safra 2023/24, considerados altamente confiáveis, estima-se que a safra brasileira para 2024/25 alcance aproximadamente 69,4 milhões de sacas, representando um aumento de 3% para o café arábica (totalizando 46,2 milhões de sacas) e de 8% para o café conilon (totalizando 23,1 milhões de sacas).
Quanto aos outros países produtores, espera-se uma estabilidade na produção para o ano de 2024/25, com exceção da Indonésia, que deve apresentar uma recuperação gradual à medida que os efeitos do fenômeno climático El Niño se dissiparem.