Quinta-feira, 16 de maio de 2024 - Email: [email protected]




Quais as lições de responsabilidades e governança corporativa no caso OpenAi?

Como a saída de Sam Altman ressalta a importância da transparência e o papel de um Conselho de Administração?



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No mundo empresarial contemporâneo, a governança corporativa tem um papel central na definição do sucesso e da integridade de uma organização. Nessa semana, a saída de Sam Altman do cargo de CEO da OpenAI destacou a importância crítica de uma governança eficaz, especialmente em empresas na vanguarda da tecnologia e inovação.

Neste cenário, fica explícito que os executivos devem aderir estritamente às decisões do seu conselho.

Estas decisões são fruto de deliberações colegiadas, incorporando uma variedade de perspectivas e interesses, em contraste com as visões únicas e potencialmente limitadas de executivos individuais. 

O papel do conselho vai além da supervisão; ele atua como um baluarte na proteção dos interesses da empresa e de todos os seus stakeholders e shareholders.

Enquanto os executivos podem ser guiados por ambições pessoais ou visões de curto prazo, o conselho de administração representa uma voz coletiva, abrangente e equilibrada. Esta soberania colegiada é crucial para manter a integridade e a sustentabilidade do negócio a longo prazo.

As decisões do conselho refletem uma compreensão abrangente dos desafios e oportunidades que a empresa enfrenta, inclusive de visão futura, considerando não apenas os objetivos financeiros, mas também as implicações éticas, sociais, estruturais e ambientais.

Esta abordagem garante que a empresa não apenas prospere economicamente, mas também contribua positivamente para a sociedade e respeite os direitos e interesses de todos os envolvidos, desde seus funcionários e clientes, até fornecedores e parceiros.

O caso de Sam Altman na OpenAI exemplifica claramente as consequências de uma desconexão entre a liderança executiva e o conselho. Quando um CEO age de forma independente ou em desacordo com as diretrizes do conselho, há um risco significativo de desalinhamento com os valores e estratégias fundamentais da empresa.

Esta discrepância pode levar a decisões que, embora possam parecer benéficas a curto prazo, podem prejudicar a empresa a longo prazo.

O conselho disse em comunicado que a CTO da empresaMira Murati assumiu como CEO interino e que Altman prejudicou sua capacidade de exercer suas responsabilidades, sugerindo que ele resistiu ao poder do conselho sobre a direção da OpenAI:

 “Altman não foi consistentemente sincero nas suas comunicações com o conselho, dificultando a sua capacidade de exercer as suas responsabilidades”; “O conselho não confia mais em sua capacidade de continuar liderando a OpenAI”.

Quem são os conselheiros da OpenAI? A cientista-chefe da empresa e co-fundadora, Ilya Sutskever, Greg Brockman que é também co-fundador e Chairman do Conselho e três outros externos: Adam D?Angelo, Tasha McCauley e Helen Toner.

Aliás, Esse é o atual Conselho da empresa OpenAi (empresa-mãe sem fins lucrativos). Altman havia criado um braço comercial (empresa-filha com fins lucrativos) para a OpenAI, mas essa nova empresa ainda era governada pela empresa-mãe. Pelo que me consta, a Microsoft e outros investidores detinham 49% das ações da empresa-filha.

Estrutura da OpenAI/Reprodução

Há uma holding e outra LLC chamada OpenAI GP, que concedem ao conselho a propriedade ou controle sobre a OpenAI Global. Novamente, essa é a empresa na qual a Microsoft investiu. Em outras palavras, a organização sem fins lucrativos é a prioridade, enquanto a subsidiária Open AI Global com lucro limitado não o é.
Esta estrutura incomum da empresa OpenAI enfraqueceu a posição de Sam Altman como CEO e o deixou vulnerável.

Este caso da OpenAI e a saída de Sam Altman reforçam a importância da Governança Corporativa e do papel crítico e crucial do conselho na definição do curso ético e estratégico de uma empresa.

Os executivos podem e devem levar ao seu conselho, suas visões, oportunidades, planejamento, orçamento e etc. Mas, devem seguir a risca o que foi deliberado pelo Conselho, nada mais e nada menos. E tampouco devem decidir além de sua alçada e competência, mesmo sendo fundador acionista.

Por outro lado, se o Conselho era independente e a Governança neste caso existe, quem defendia ou representava os interesses dos investidores? Por que o Presidente do Conselho, Greg Brockman (que já se demitiu) não sabia da demissão do CEO?

Fica o ALERTA e LIÇÃO!

Existem diversas teorias da conspiração além destas questões levantadas neste texto, como:

A influência de Elon Musk sobre a questão da OpenAi não ser mais “não lucrativa”;

Possível desenvolvimento clandestino da Inteligência Artificial; Números errados; Interesses dos membros do Conselho contra os VCs;

Enfrentamento de questões regulatórias não reveladas ao Conselho; Agenda e comentários públicos do Altman sobre IA desalinhada com o Conselho; O Poder e interesse da Ilya Sutskever;

Entre outras possibilidades que acredito serão reveladas nos próximos dias.



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