Domingo, 24 de novembro de 2024 - Email: [email protected]




Profissão do Agro que está em extinção

Em dez anos, mais da metade dos produtores rurais de leite deixaram o ofício



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O produtor de leite brasileiro corre sérios riscos de se tornar a próxima profissão a entrar em extinção no Brasil. Em dez anos, mais da metade dos produtores rurais desta área deixaram o ofício. Só no Rio Grande do Sul, por exemplo, uma das maiores bacias leiteiras do país, a cada dez produtores, sete deixaram o ofício. Foi uma queda de 100 mil para 30 mil produtores nos últimos 10 anos.

E não foi por falta de atualização profissional, ou porque as práticas foram substituídas por tecnologia. Tirar leite das vacas requer atenção e muito envolvimento humano ainda. A questão é que o valor pago pelo litro do leite quase não cobre os custos. Em um ano, caiu  32% o valor pago ao produtor. Além disso, há uma concorrência de importação de produtos lácteos, em que o produto importado se tornou mais barato do que o nacional, principalmente os lácteos que vem da Argentina.

No pedido de socorro dos produtores, o governo criou medidas emergenciais, para conter a importação. Anunciou a compra de R$ 200 milhões em leite em pó de agricultores familiares para aliviar a situação e fiscalização mais rígida nas importações, taxando subprodutos principalmente ao mercado do Mercosul. Por enquanto, medidas paliativas, ainda há muito o que ajudar aos produtores. Um plano de ação estratégica é necessidade imediata.

Segundo Boletim de Preços do Mercado de Leite e Derivados de agosto de 2023, divulgado pelo Centro De inteligência do Leite da Embrapa, a influência dessa queda nos preços do leite se estende a outros setores agrícolas. No mercado de grãos, como milho e farelo de soja, os preços também permanecem em patamares mais baixos. No caso do milho, a maior oferta interna, devido à colheita da safrinha, pressionou os preços para baixo.

No setor pecuário, observamos uma forte retração nas cotações do boi gordo, impulsionada pela maior oferta de animais para abate. Os frigoríficos estão com escalas alongadas, e os consumidores continuam preferindo carnes mais econômicas. O mercado de reposição também enfrenta desafios, com o preço do bezerro em queda.

Em meio a toda esta crise, uma notícia boa, que também vai beneficiar a pecuária de corte, O Brasil ganhou a primeira certificação de redução de emissões de metano para rebanhos, chamada Go Planet. Um passo significativo em direção ao plano de redução de 30% de produção de gás metano até 2030, produção de gás esta, que que diga-se de passagem, é infimamente menor do que a produção dos gases de combustível de automóveis, por exemplo, que prejudicam a camada de ozônio.

O selo é concedido a empresas que demonstram o cumprimento de vários requisitos no processo produtivo, incluindo a suplementação da dieta dos animais com aditivos que auxiliam na redução da emissão de metano. Os produtores focam na sustentabilidade, em continuar fazendo o que amam fazer. Está previsto, mas será que teremos produtores de leite brasileiros até 2030?



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