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Prefeito tenta ocupar obra de hospital particular em Vilhena, mas é embargado pela justiça; ação foi chamada se “autoritária”



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Os últimos dias têm sido agitados na área da saúde de Vilhena, desde que a Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), interditou uma área correspondente à lavanderia do prédio do Hospital Regional do município.
Diante da interdição, iniciou-se um verdadeiro drama, pois o prefeito, Delegado Flori (Podemos), emitiu um decreto lhe dando “poderes” para usar as dependências de um prédio hospitalar particular da Associação Cooperar, Unimed e Sicoob Credisul , que ainda está em fase de acabamento.
Segundo informações levantadas pela reportagem do 2° News, após o prefeito iniciar a ocupação, tendo inclusive trocado algumas fechaduras, os advogados das empresas privadas responsáveis pela obra, entraram com um mandado de segurança, que foi acatado pela juíza Christian Carla de Almeida Freitas, revogando de imediato o decreto do executivo, devolvendo o prédio ao poder da instituições.
Em nota, as unidades responsáveis pela construção do hospital, rebateram às justificativas do prefeito em ocupar o prédio, uma vez que a Angevisa teria interditado apenas a lavanderia do Hospital Regional e não a área clínica. Ainda na nota, a defesa dos órgãos privados, afirmou que foram pegos de surpresa pela ação do prefeito, que julgaram como “populista” e “autoritária” e que “revela a incapacidade do pode público de gerir os recursos dos impostos arrecadados dos contribuintes com competência”.
Porém, mesmo diante da reprovação da atitude do prefeito, o Sicoob acabou realizando uma doação de 1 milhão de reais para o poder municipal, a fim de colaborar com as obras exigidas pela Agevisa para liberação da área interditada.
Em coletiva de imprensa cedida na quinta-feira, 23, o prefeito Flori, que decretou estado de emergência na saúde de Vilhena, afirmou que o dinheiro doado pela cooperativa irá ajudar a solucionar os problemas na lavanderia, que funcionará provisoriamente em um prédio cedido por um empresário local.
Mas ainda segundo o prefeito, o executivo entrará com mais verbas para sanar problemas urgentes na unidade.
Confira a nota emitida pela Unimed, Associação Cooperar e Sicoob Credisul diante da ocupação protagonizada pelo prefeito

“NOTA DE ESCLARECIMENTO
21/02/2023 19:15

A Associação Cooperar (construtora do Hospital Cooperar), a Unimed (empresa contratada para equipar e gerir o hospital, conforme contrato registrado em cartório) e a Sicoob Credisul (canalizadora dos recursos para a construção da unidade hospitalar), vêm a público declarar o que segue:

Foram diversas as tentativas de construir um hospital que elevasse a qualidade da saúde da região a outro patamar. Felizmente, pela força da cooperação de milhares de cooperados da Sicoob Credisul da região do Cone Sul de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso, e por vezes, de toda a área de abrangência da cooperativa, incluindo a região de maior de PIB do Mato Grosso, e o Estado do Acre, estávamos prestes a realizar o sonho, sonho este que está chamando a atenção do sistema cooperativo de todo o Brasil, por se tratar de uma iniciativa inédita.

Infelizmente, fomos surpreendidos por uma decisão, na surdina, populista, autoritária, que revela a incapacidade do poder público de gerir os recursos dos impostos arrecadados dos contribuintes com competência, e tenta usurpar daqueles que construíram à duras penas o sonho de termos um hospital do qual poderíamos nos orgulhar. Como se não bastasse, a citada Santa Casa Chavantes, uma empresa privada, invadiu a obra, ontem, às 23 horas da mesma noite do decreto, como se fossemos depredar a nossa própria realização.

Não é verdade o que o prefeito afirmou, que construímos “um hospital para ricos”. Somos uma cooperativa feita por pessoas e para as pessoas, de todas as classes sociais e poder aquisitivo. E foram elas, de espírito cooperativista, que contribuíram mensalmente para a construção do hospital, cientes o tempo todo de que ali seria um hospital particular.

Desde o lançamento da construção do Hospital Cooperar, em 2019, temos comunicado a disposição de oferecer, por meio de convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), atendimentos de média e alta complexidade. O próprio prefeito pode testemunhar o que conversamos sobre o assunto, em visita recente ao hospital, onde repetimos o mesmo interesse, caso o Senhor Prefeito não se lembre, basta conferir em todas as matérias publicadas sobre o hospital.

Não, não é verdade também o que propaga o Senhor Prefeito, que o Hospital Regional tenha sido interditado pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), que inclusive acaba de publicar nota a respeito. Somente a lavanderia fora interditada, e que aliás, caso o prefeito tivesse tido a sabedoria de dialogar com nossas instituições, estaríamos dispostos a ajudar a resolver o problema, assim como o fizemos recentemente, já no atual mandato, ao ceder um imóvel da Sicoob Credisul, sem custos de aluguel, para abrigar um órgão da Secretaria de Saúde, a pedido do próprio prefeito Flori Cordeiro.

Somos instituições sérias e comprometidas com o desenvolvimento das comunidades onde estamos inseridos e não temos o hábito de mentir, conforme sugeriu o Senhor Prefeito. Realmente, mais de 90% do hospital está pronto, entretanto, a sua montagem é complexa. À medida que um bloco é finalizado, a Unimed o equipa.

Estimávamos para agosto próximo o início de suas atividades, no entanto, agora, as obras estão paralisadas, e em que isso contribui para a melhoria da tão combalida saúde de nosso município?

Aos cooperados da Sicoob Credisul e à população informamos que as medidas jurídicas cabíveis já estão sendo tomadas e que jamais deixaremos de auxiliar a comunidade que há 22 anos criou em Vilhena (RO) a Sicoob Credisul, hoje a quinta maior cooperativa do sistema Sicoob do Brasil.”



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