Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do trigo no Brasil seguem em tendência de alta, principalmente para o produto de qualidade superior. No Rio Grande do Sul, o valor médio do saco de trigo está em R$ 68, enquanto no Paraná, onde a colheita já avança para 91% da área, o preço varia entre R$ 77 e R$ 79 por saco. Um ano atrás, o trigo superior gaúcho tinha uma média de R$ 49,64 por saco, enquanto o valor no Paraná era de R$ 54. Esse salto nos preços representa uma valorização de 37% no Rio Grande do Sul e de até 47% no Paraná.
Em São Paulo, onde a colheita foi praticamente finalizada, a alta dos preços foi ainda mais acentuada devido à consolidação da quebra de safra. No Rio Grande do Sul, a colheita atingiu 29% da área até 24 de outubro, levemente abaixo da média histórica para o período, que é de 31%, conforme apontou a análise.
A expectativa da Ceema é de que a quebra da safra brasileira de trigo fique entre 20% e 25%, com uma produção final ao redor de 7,5 milhões de toneladas, abaixo das 8,1 milhões colhidas em 2023. A qualidade do grão é outro fator preocupante: grande parte da produção não atinge o padrão de PH 78 e o índice de Falling Number ideal, indicadores importantes para o mercado de trigo. Esses fatores devem levar o Brasil a aumentar as importações do cereal em 2025, com uma estimativa de 5 a 6 milhões de toneladas para suprir o mercado interno.