Porto Velho registrou no sábado (21) uma temperatura histórica de 40,5°C: o segundo dia mais quente já registrado na cidade desde o início das medições, em 1961, de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
A única vez que a cidade registrou uma temperatura mais alta foi em 17 de setembro de 2019, quando os termômetros chegaram a 40,7°C. Os dados são catalogados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e analisados pelo Censipam.
Especialistas afirmam que o cenário de aquecimento em Porto Velho é agravado pela poluição gerada pelas queimadas. O cenário pode, inclusive, mudar o crime para dois extremos: períodos prolongados de seca e outros de chuva intensa.
A intensificação das temperaturas tem sido acompanhada pelo aumento alarmante dos focos de incêndio na Rondônia. Não coincidentemente, nos anos de 2019 e 20224, quando foram registrados as duas maiores temperaturas em 60 anos, também foram registrados recordes de queimadas.
Ao todo, Rondônia contabilizou 8.137 focos de incêndio em 2024 até o dia 15 de setembro. A última vez que o estado teve uma quantidade mais expressiva de queimadas foi em 2019, quando 9.171 focos foram identificados no mesmo período.
Em média, a temperatura de Porto Velho na temporada de seca fica entre 33°C e 34°C. No entanto, de acordo com o Censipam, os últimos anos tem-se observado um aumento na frequência de temperaturas mais elevadas.
O cenário crítico é atrelado à previsão de que o regime de chuvas mude, com uma possível redução no volume anual de precipitação e períodos de seca mais prolongados e intensos.
Nesta segunda-feira (23), o rio Madeira chegou ao menor nível já registrado desde que começou a ser observado, em quase 60 anos: 25 centímetros. A escassez de chuvas na bacia do rio é um dos principais motivos para a redução dos níveis.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, não chove significativamente há cerca de quatro meses. A falta de chuva, as queimadas, o calor e a fumaça se tornaram parte do cotidiano dos portovelhenses.