O acidente com o avião que transportava a cantora Marília Mendonça ocorreu por imprudência e negligência por parte dos pilotos, segundo conclusão do inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais, anunciada na manhã desta 4ª feira (4.out). A artista ia para um show, em novembro de 2021, quando a aeronave em que estava caiu, nas proximidades do Aeroporto de Caratinga, no interior do estado.
A Polícia Civil concluiu que o piloto e o copiloto cometeram três homicídios culposos, com extinção de punibilidade por causa das mortes de ambos. Por isso, o pedido foi de arquivamento do inquérito.
Os delegados responsáveis pela investigação deram uma coletiva de imprensa em que corroboraram as informações de um relatório do Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, divulgado em maio de 2023, que apontava uma “avaliação inadequada” do piloto como um dos principais fatores para o acidente.
“Esperamos pela conclusão do órgão de aviação do país, para poder fechar o inquérito, por isso demorou-se tanto tempo”, disse o delegado Ivan Lopes Sales, da Polícia Civil de Caratinga.
Segundo ele, estudos e levantamentos apontaram que o choque da aeronave com as linhas de transmissão da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig), que não eram sinalizadas, aconteceu porque o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana não fizeram uma análise prévia da área do aeroporto. A sinalização das linhas não era necessária, segundo as normas da aviação brasileira, já que elas estavam fora da distância de manobra e aproximação da pista.
Os delegados descartaram outras causas antes de finalizarem o inquérito. Foram elas:
– problema técnico na aeronave;
– mal-súbito do piloto;
– um atentado.
O delegado Sávio Assis, que também participou da investigação, afirmou que a tripulação agiu com imprudência e negligência. “O piloto alongou a ‘perna do vento’. Estavam acima do que era proposto pelo manual. As linhas de transmissão constavam nas cartas aeronáuticas”.
Ainda de acordo com ele, o piloto e copiloto falharam ao não tomar ciência prévia das torres, assumindo, assim, um risco. “Isso caracteriza a imprudência”, explicou.
O indiciamento por negligência, segundo Assis, se dá pela tripulação não cumprir o procedimento padrão.
No acidente, além da cantora Marília Mendonça, do piloto e do copiloto, morreram mais duas pessoas: seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho e o produtor Henrique Ribeiro.
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