Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 - Email: [email protected]




OMS alerta para o risco de disseminação do vírus Marburg

Identificado na Guiné Equatorial, vírus Marburg pode vazar para mais regiões da nação africana ou países vizinhos, segundo a OMS. Controle foi "insuficiente"



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Foto: Chalabala/Envato / Canaltech

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, no sábado (25), sobre o risco de vazamento do vírus Marburg da Guiné Equatorial. No momento, os casos estão concentrados em uma única região, mas a falta de controle local pode permitir que pessoas doentes levem o patógeno altamente letal para outros pontos da nação ou ainda para países vizinhos.

Vale lembrar que, no começo de fevereiro, foi anunciado que o país da África Central enfrentava um surto do vírus Marburg, cuja letalidade pode ser de até 88%. A situação poderia ser controlada, mas, hoje, a OMS entende que “a capacidade do país para gerir o surto é insuficiente”.

“O risco [de disseminação do vírus Marburg] é considerado alto nacionalmente, moderado regionalmente e baixo globalmente”, pontua a OMS. Além da própria Guiné Equatorial, Camarões e Gabão estão entre as nações mais expostas potencialmente pelo risco de propagação transfronteiriça.

Por que o vírus Marburg pode vazar do país de origem do surto?

Independente do país que seja afetado por um surto do vírus Marburg, a OMS recomenda uma série de intervenções, como isolamento de casos (confirmados ou suspeitos), rastreamento de contatos próximos, testagem de todos os possíveis infectados e adoção de medidas de prevenção. Todo esse processo deve ser acompanhado por uma comunicação direta, que possa conscientizar a população sobre os riscos.

É importante destacar que, quando alguém for infectado ou considerado suspeito, a OMS orienta que o indivíduo permaneça por 21 dias em isolamento, mantido em um ambiente com boas condições sanitárias e com acesso a atendimento médico, caso seja necessário.

Mesmo quem se recupera da doença deve manter alguns cuidados por um longo período. Por exemplo, para os homens que sobrevivem à infecção, o recomendado é que pratiquem apenas sexo com preservativos “por 12 meses a partir do início dos sintomas ou até que seu sêmen teste duas vezes negativo para o vírus de Marburg”, pontua a OMS.

Agora, se o indivíduo foi infelizmente ao óbito, estratégias de controle do vírus Marburg também devem ser adotadas, segundo a OMS. Diante do risco de vazamento, o enterro deve ser imediato, o que deve evitar possíveis casos de transmissão.

OMS destaca falhas nas estratégias de conter o vírus Marburg

Apesar dessas recomendações, a situação da Guiné Equatorial não foi controlada. Até o momento, foram confirmados nove óbitos oficiais pelo vírus Marburg. Desse total, apenas um paciente, que estava internado, foi enterrado, respeitando os protocolos. Os outros oito foram sepultados em suas comunidades e se desconhece as condições adotadas no velório.

Além disso, “a maioria dos contatos dos nove casos falecidos não foram identificados”, explica a OMS. Dessa forma, os indivíduos podem transmitir a infecção para outras pessoas saudáveis. Em alguns casos, isso pode ocorrer por simplesmente desconhecerem as medidas de proteção.

Viagens devem ser restritas para a Guiné Equatorial?

Aqui, vale se perguntar se seria o momento de aumentar a restrição de viagens para o país ou exigir testes negativos, como foi adotado em alguns momentos da pandemia da covid-19. No entanto, a OMS “desaconselha quaisquer restrições de viagem e/ou comércio para a Guiné Equatorial com base nas informações disponíveis para o surto atual”.

Fonte:OMS


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