Após 15 semanas de queda consecutiva, nova alta no preço da gasolina surpreende motoristas. Saiba os detalhes.
Após quase quatro meses de queda consecutiva no valor dos combustíveis, nova alta no preço da gasolina surpreende os consumidores. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em pesquisa de preços divulgada nesta segunda-feira (17/10), o combustível foi encontrado, em média, 1,5% mais caro do que na última semana.
Entre os dias 9 e 15 de outubro, o litro do combustível foi comercializado, em média, a 4,86 reais nas bombas contra 4,79 reais na primeira semana deste mês.
De acordo com a mesma pesquisa, o etanol hidratado registrou o segundo aumento semanal consecutivo, em 1,8%, comercializado a 3,46 reais o litro, em média, pelo país.
Nova alta no preço da gasolina
O aumento acontece após nova alta da gasolina junto à Refinaria de Maritape, sendo a maior do país, sob responsabilidade do setor privado.
Acelen, empresa responsável pela sua operação, anunciou no último sábado (15/10) um reajuste em 2% no valor do produto. Além disso, já havia corrigido os valores 7 dias antes em 9,7%. Os anúncios seguem a tendência das variações no mercado internacional.
A Petrobras, no entanto, até o momento, não anunciou mudanças nos preços praticados em suas refinarias há mais de um mês. A última alteração foi uma redução de 7% anunciada no início de setembro. Desde o ano de 2016, a Petrobras adota a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), vinculando os preços praticados no país aos que são praticados no mercado internacional.
Os preços dos combustíveis vinham sentindo o efeito da limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrada pelos estados brasileiros, após sanção do projeto que cria um limite para a cobrança de imposto em itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
Com a sanção do projeto, esses itens passaram a ser classificados como essenciais e indispensáveis, impedindo cobrança de taxa superior à alíquota geral que varia de 17% a 18%, conforme localidade.
Na época, houve crítica por parte dos estados em relação ao projeto sancionado, pois os recursos do ICMS seriam utilizados em áreas consideradas sensíveis como saúde, educação e segurança pública. Em razão disso, os estados e o Distrito Federal poderão ter maiores dificuldades de honrarem seus compromissos futuramente.
Preço atual do combustível está defasado no Brasil
Essa informação foi divulgada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), onde o preço do litro da gasolina deveria subir R$ 0,32, em média, nas refinarias brasileiras, para acompanhar a alta no exterior.
Para o litro do diesel, a defasagem em relação ao mercado externo é ainda maior, chegando a R$ 0,62. Em tese, a Petrobras deveria adotar como referência para os reajustes dos combustíveis o PPI (Preço de Paridade de Importação), que considera as variações do petróleo no mercado internacional, além da cotação do dólar.
A defasagem entre os preços praticados no Brasil e no exterior aumentou em meio à alta do petróleo, após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) ter resolvido pela diminuição da produção em 2 milhões de barris por dia, sendo o maior corte desde o início da pandemia.
Com uma oferta de petróleo reduzida, a tendência é que os preços continuem pressionados no exterior, ampliando a defasagem dos preços cobrados nas refinarias brasileiras.
Nos últimos quatro meses, os preços do petróleo haviam caído 32% pelo mundo, o que, junto com as medidas tributárias adotadas no Brasil, contribuíram para a queda do valor do combustível na bomba.