Em um artigo publicado no X, neste domingo (24/11), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a insistir que só o pai, Jair Bolsonaro (PL), que foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral, pode vencer o presidente Lula (PT) em 2026. O parlamentar defendeu a liderança de Bolsonaro entre a direita brasileira.
“Sim, a direita não tem dono. Somos um movimento plural, com diversas lideranças capazes de mobilizar multidões em todo o país. Mas, hoje, há uma figura que simboliza força, que desafia os retrocessos, que pode resgatar o orgulho do verde e amarelo e devolver a esperança aos brasileiros”, escreveu Flávio no artigo, intitulado “Você não precisa gostar do Bolsonaro!”.
E prosseguiu: “Os números não mentem. Hoje, Bolsonaro está numericamente à frente de Lula. E eles sabem disso. Sabem que, se Bolsonaro voltar ao jogo – e ele vai voltar –, ele tem tudo para retornar à Presidência em 2026”.
Flávio ainda cita os quase 60 milhões de votos recebidos por Bolsonaro em 2022, quando foi derrotado por uma pequena margem pelo adversário petista (a diferença entre os dois foi de pouco mais de 2 milhões de votos).
Ele ainda diz que a esquerda e os opositores “tentaram de tudo”. “Cancelamentos, manchetes distorcidas, investigações sem fundamentos, acusações falsas, golpe de táxi, tudo. Tentaram destruir sua reputação de todas as formas possíveis. Mas ele permanece firme, movendo corações e mentes.”
Em meados de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por oito anos, a contar de 2022. O ex-mandatário foi condenado, com o placar de 5 a 2, pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Indiciamento
Já na última quinta-feira (21/11), a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que apura tentativa de golpe de Estado em 2022 e indiciou Bolsonaro e outros 36 nomes.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes vai remeter à Procuradoria-Geral da República (PGR), na próxima segunda-feira (25/11), o relatório final do inquérito.
O órgão chefiado por Paulo Gonet vai emitir parecer sobre a consistência das provas para a denúncia, ou não, dos investigados. A PGR também pode pedir novas diligências sobre o caso. O parecer será direcionado ao ministro Moraes.
Dias antes do indiciamento do pai, ao comentar a operação da Polícia Federal deflagrada na terça-feira (19/11) para prender cinco agentes suspeitos de querer dar golpe de Estado, Flávio disse que “pensar em matar alguém não é crime”.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E, para haver uma tentativa, é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido”, afirmou.
Bolsonaro já foi indiciado pela PF em outros dois inquéritos: o que apura a falsificação de cartões de vacina e o que investiga a venda ilegal de joias recebidas de presente por ele durante o governo.