A cápsula Crew Dragon que deve trazer de volta à Terra os astronautas Barry Eugene Wilmore e Sunita Williams chegou neste domingo (30) à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
A nave da SpaceX acoplou à ISS um dia após o seu lançamento no Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos, no topo de um foguete Falcon 9. Nela, viajaram o astronauta Nick Hague e o cosmonauta russo Alexandre Gorbounov.
O administrador da agência espacial americana, Bill Nelson, considerou o lançamento bem-sucedido. “Vivemos em uma época emocionante de exploração e inovação”, afirmou ele.
“Sabemos que esse lançamento é algo único, com apenas dois passageiros”, disse Jim Free, administrador associado da Nasa, na última sexta-feira (27) durante entrevista coletiva, na qual também agradeceu à SpaceX “pelo seu apoio e flexibilidade”.
A empresa de Elon Musk é a responsável pela missão regular de rotação da tripulação da ISS.
A decolagem da Crew-9 foi adiada de meados de agosto para setembro para dar às equipes da Nasa mais tempo para tomar uma decisão em relação à primeira missão tripulada da Starliner, da Boeing. O lançamento também chegou a ser adiado por alguns dias devido ao furacão Helene, que atingiu a Flórida.
Hague e Gorbounov vão passar cerca de cinco meses na ISS e, até lá, realizar em torno de 200 experimentos científicos. Quando voltarem à Terra, eles serão acompanhados por Wilmore e Williams.
Os dois astronautas da Nasa viajaram no começo de junho para a estação espacial a bordo da cápsula CST-100 Starliner, da Boeing.
A nave apresentou um vazamento de hélio ainda antes do lançamento, problema que voltou a se repetir no seu trajeto até a ISS.
A missão, que então se esperava durar oito dias, foi sendo estendida em razão dos problemas técnicos na cápsula. A agência espacial americana remarcou a volta da nave três vezes -originalmente seria no dia 14 de junho, passou para 18, depois 22 e mais tarde 26- e, por fim, ficou sem data definida.
Com o prolongamento da missão, funcionários da Nasa e da Boeing relutaram a usar a palavra “preso” para se referir aos dois astronautas que viajaram na cápsula, o que acrescentaria mais um ponto negativo no histórico de um projeto que acumula adiamentos em decorrência de contratempos técnicos.
Em agosto deste ano, a Nasa anunciou que Wilmore e Williams esperariam a missão Crew-9 para retornar à Terra. Na ocasião, Bill Nelson mencionou a importância do foco na segurança e lembrou os acidentes com os ônibus espaciais Challenger (1986) e Columbia (2003) para destacar a mudança de cultura interna que emergiu dessas tragédias.
Com isso, a cápsula da Boeing acabou voltando vazia, concluindo seu pouso no deserto de White Sands, no Novo México, na madrugada do dia 7 de setembro. A cápsula é a primeira americana projetada para realizar a descida em terra firme -todas as demais, do passado e do presente, faziam amerissagens (pousos no mar).
Foi a terceira vez que uma Starliner -sem tripulação- realizou com sucesso a manobra de pouso.
Mesmo com os problemas apresentados durante sua primeira missão tripulada, a cápsula da Boeing pode acabar sendo certificada para cumprir voos regulares à estação espacial. Mas antes terá de efetuar correções para que as falhas observadas não tornem a acontecer.