O senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), líder do governo no Congresso, conversou com o SBT News, da última sexta-feira (31), a respeito das derrotas que o governo sofreu nesta semana na Casa Legislativa. Para o parlamentar, as decisões são reflexos da herança deixada pelo bolsonarismo.
“Temas sobre costumes, comportamento, segurança pública, é difícil ter posição diferente das que tiveram. Sabemos que teremos dificuldade maior”, opinou Randolfe. “Mas é melhor assim do que o que tivemos antes: um presidente que não governava, não se preocupava com orçamento público, com a qualidade de vida da população, o preço do arroz, do feijão. Hoje, a ideia central do governo é a economia, o controle do orçamento público, a inflação sob controle”.
Além da manutenção do veto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que impediu a tipificação do crime de fake news, o veto à proibição das saidinhas dado pelo presidente Lula também caiu, assim como não conseguiu manter o veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias que proibia o repasse de recursos públicos a movimentos sociais, como o MST ou para a realização de cirurgias de mudança de sexo em crianças.
Apesar das derrotas, Randolfe afirmou que o governo federal reconhece as decisões do Congresso. “Não buscamos tapetão nem linchar os poderes, como se tentou no passado. Recebemos com humildade tanto as vitórias quanto as derrotas”, afirmou.
Estados Unidos
Randolfe analisou também os últimos acontecimentos na política norte-americana, com a condenação do ex-presidente Donald Trump. Segundo o senador, a possibilidade de Trump poder concorrer mesmo que esteja preso, demonstra como o sistema democrático dos EUA é frágil.
“A gente tem uma síndrome de vira-lata, sempre achando que o que acontece lá é melhor do que temos aqui. Mas esse fato demonstra como o sistema democrático americano é frágil, com alguém condenado ou preso podendo concorrer a um pleito eleitoral”, analisou.
Para o senador, a situação das próximas eleições americanas, com a possibilidade de Trump retornar o ao poder, se assemelha ao que o Brasil viveu em 2022. “O que está em jogo é a democracia, os valores do estado democrático de direito, tanto lá quanto aqui”.