O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ/RO), negou habeas corpus à recepcionista Raqueline Leme Machado, acusada de participação em um crime registrado em Vilhena (RO), mas que ganhou repercussão, sendo noticiado por veículos de alcance nacional.
O acórdão contendo a decisão foi publicado cerca de um mês atrás. A suspeita de 35 anos é namorada de outro envolvido na execução do dentista Clei Bagattini, assassinado com vários tiros dentro de sua clínica na região central da cidade.
Maikon Sega Araújo seria o responsável pela contratação do pistoleiro Maico da Silva Raimundo, que fugiu após o crime e continua foragido. Mesmo sem ter dado informações, já que ainda não falou oficialmente como investigada, Raqueline foi indiciada e, atualmente, é mantida na Colônia Penal/Presídio Feminino de Vilhena.
O namorado dela, que era foragido ao ser preso em Colorado do Oeste, foi levado para o presídio Urso Branco, em Porto Velho, onde permanece desde então.
Atuando na defesa da recepcionista, o advogado Isaque Donadon Gardini apresentou uma série de argumentos para pedir sua soltura através do HC, mas o TJ se negou, por unanimidade, a conceder sequer a prisão domiciliar solicitada, sob a alegação de que ela tem uma filha de 10 anos, que depende de seus cuidados.
Gardini diz que, como o terceiro réu no mesmo processo, o assassino Maico Raimundo, segue em fuga, ele foi citado por edital, e o prazo para apresentar resposta à acusação já venceu.
Existe a possibilidade de o processo ser desmembrado e apenas Raqueline e o namorado serem levados a júri popular até que o assassino seja capturado. “Pois se o réu citado por edital não comparecer nem constituir advogado, o juiz deve suspender o processo e o prazo prescricional em relação a ele.
O fundamento desse artigo é assegurar o direito à ampla defesa e ao contraditório para o réu ausente. Porém, essa suspensão é aplicada especificamente ao réu que não compareceu, permitindo que o processo siga para os outros”, explica Isaque.
O advogado diz que, na audiência de instrução e julgamento, marcada para o dia 09 de dezembro de 2024, às 8h30min, Raqueline exercerá o direito de falar sobre o caso.
A acusada garante que ainda não deu qualquer pista sobre o mandante do crime, cuja motivação seria uma questão passional (tese que a polícia não confirma nem desmente).
E ARMA DO CRIME?
A defesa de Raqueline diz que, além de ser indiciada pelo homicídio, ela também responde pela posse ilegal de uma arma de fogo, mas esclarece: a pistola usada para executar o dentista é uma Glock importada, enquanto a que foi registrada em seu nome é uma Taurus, de fabricação nacional.
VAI TER MAIS GENTE
Além do suposto mandante, cujo nome tem sido preservado nas investigações, outros envolvidos no assassinato devem surgir as fases seguintes das investigações, como a própria polícia já antecipou.
Após “amarrar” os fatos, a polícia deverá revelar o que, afinal, levou o contratante a pagar pela morte de Bagattini, que teve sua rotina acompanhada em um planejamento macabro e minucioso.