Segundo a análise da TF Agroeconômica, há dois motivos principais para os produtores de soja considerarem a venda antecipada da próxima safra. O primeiro é a excelente margem de lucro de 22,59%, destacando-se como uma oportunidade rara em um cenário agrícola com possibilidade de queda acentuada nos preços, caso não haja seca.
O foco deve ser no percentual de lucro e não no valor de mercado. O segundo motivo é a instabilidade climática observada no Centro-Oeste, onde chuvas fortes e ventos indicam mudanças no padrão climático que podem afetar o desenvolvimento da safra. Em vista disso, a recomendação é clara: vender no mercado futuro, garantindo o lucro atual.
Entre os fatores que sustentam a alta dos preços, o recente estímulo econômico da China desempenha um papel importante. O governo chinês, ao reduzir taxas de juros e aumentar a circulação de dinheiro, impulsionou a economia, resultando em um aumento expressivo nas vendas de farelo de soja. Essa movimentação reforça os preços futuros da soja em Chicago, ainda que os prêmios do farelo tenham caído no Brasil. Outro fator relevante são as tempestades causadas pelo furacão Helene, que impactam regiões de cultivo nos Estados Unidos. Além disso, os atrasos no plantio no Brasil, especialmente no Centro-Oeste, também colaboram para a manutenção dos preços em alta.
Por outro lado, existem fatores que podem pressionar uma queda nos preços. No Paraná, por exemplo, o Departamento de Economia Rural (Deral) prevê um aumento de 4 milhões de toneladas na produção de soja, com a área plantada no estado alcançando um recorde. Caso as condições climáticas melhorem nas demais regiões produtoras, a oferta global de soja poderá aumentar em até 16 milhões de toneladas, o que teria um efeito negativo sobre os preços. Esses fatores indicam um cenário de incertezas, reforçando a importância de estratégias cautelosas de comercialização para maximizar os lucros diante das variações do mercado.
