Os agricultores da região Sul do Brasil estão prestes a enfrentar desafios adicionais na safra agrícola 2024/2025 devido às variações climáticas. Após intensas precipitações e alagamentos causados pelo fenômeno El Niño, as previsões indicam a formação de La Niña, que trará uma baixa e irregular distribuição de chuvas durante a estação de cultivo da soja.
Fernando Arnuti, Consultor de Desenvolvimento de Produto da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, destaca que os agricultores deverão focar em dois pontos essenciais: a escolha da cultivar de soja mais adequada e o escalonamento da época de semeadura para minimizar o risco de perda de produtividade.
O primeiro aspecto fundamental na escolha de uma cultivar de soja é o grupo de maturação relativa (GMR), que representa a duração do ciclo de desenvolvimento da soja em dias. Na região Sul, consultores e agricultores podem selecionar cultivares com GMR entre 4,9 e 6,7, dependendo das particularidades de cada área. Em geral, cultivares com maior GMR têm um ciclo de desenvolvimento mais longo. “Para anos de La Niña, cultivares com maior GMR, como a TMG 7362 IPRO e TMG 2165 IPRO, são mais adequadas, pois possuem uma fase de desenvolvimento vegetativo mais longa, reduzindo o risco de déficit hídrico durante o enchimento de grãos,” explica Arnuti.
Outro critério fundamental é o escalonamento da época de semeadura, que altera o ambiente de desenvolvimento da soja ao longo da estação de cultivo. “Ao escalonar a época de semeadura, o agricultor diminui a probabilidade de enfrentar condições climáticas adversas durante as fases críticas de germinação/emergência e floração/enchimento de grãos,” destaca Arnuti. Essas práticas não geram custos adicionais e são importantes para o planejamento e a tomada de decisão.
Arnuti ressalta que a agricultura é dinâmica, com cada lavoura apresentando características químicas, físicas e biológicas únicas. Portanto, escolher uma cultivar de soja com base no histórico da área é fundamental. “Recomenda-se selecionar cultivares que estejam de acordo com o tipo do solo, o nível de fertilidade, a ocorrência de pragas/doenças e a média de produtividade da área. Assim, o agricultor pode maximizar o potencial produtivo,” comenta o especialista. Além disso, Arnuti enfatiza a importância do apoio de um engenheiro agrônomo no planejamento da lavoura.
