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Israel decide reabrir passagem em Gaza para envio de ajuda

Após pressão dos Estados Unidos, governo israelense anuncia reabertura de passagem no norte de Gaza, fechada desde o início da guerra



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No final de março, principal tribunal da ONU ordenou que Israel abrisse mais passagens terrestres para a chegada de ajuda a Gaza
Foto: DW / Deutsche Welle

O governo de Israel aprovou “medidas imediatas” para permitir a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sexta-feira, 5.

Tel Aviv afirmou em um comunicado que a passagem de Erez, no norte de Gaza, seria temporariamente reaberta pela primeira vez desde o início da guerra em 7 de outubro, quando o Hamas promoveu ataques terroristas contra Israel, que reagiu com ataques aéreos e incursões terrestres no território palestino.

A passagem de Erez é a principal passagem para o norte de Gaza, e havia sido destruída durante os ataques de 7 de outubro. Israel também disse que permitiria que seu porto em Ashdod, no sul do país, recebesse carregamentos de ajuda humanitária destinados a Gaza. E autorizou a ampliação da entrada de ajuda da Jordânia por meio do ponto de passagem de Kerem Shalom.

Desde o início da guerra, apenas a passagem de Rafah, no sul de Gaza, vinha sendo utilizada para a chegada de ajuda humanitária por via terrestre.

“Esse aumento da ajuda evitará uma crise humanitária e é necessário para garantir a continuação dos combates e para atingir os objetivos da guerra”, disse o gabinete de Netanyahu.

Pressão de Washington

O anúncio de Israel ocorreu um dia depois de Netanyahu ter conversado com o presidente dos EUA, Joe Biden, por telefone. O americano exigiu medidas “específicas e concretas” para lidar com a crise humanitária em Gaza e que garantissem a segurança dos trabalhadores humanitários, segundo a Casa Branca.

O número insuficiente de caminhões de ajuda entrando em Gaza por via rodoviária fez os alertas de fome extrema se multiplicarem no território. Além da via marítima, alguns países também têm distribuído ajuda por via área, lançada a partir de aviões.

Apesar dos esforços de ampliar a entrega de ajuda por mar e ar, agências da ONU e organizações internacionais têm dito que as entregas por terra são a única maneira de fornecer ajuda no volume necessário.

No final de março, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal de ONU, ordenou que Israel garantisse “assistência humanitária urgente” em Gaza e abrisse mais passagens terrestres para a chegada de ajuda a Gaza.

Ataque mortal contra voluntários

A pressão sobre Israel cresceu nesta semana após um ataque aéreo israelense ter matado sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen (WCK), que fornece refeições em áreas de catástrofe.

Os voluntários estavam trabalhando para viabilizar a entrega de alimentos enviados a Gaza por meio do corredor marítimo do Chipre – uma iniciativa que prevê a inspeção prévia, por parte de Israel, de toda a carga despachada.

A morte dos trabalhadores levou a WCK a interromper suas operações na região, e ao retorno ao Chipre de um navio carregando 240 toneladas de alimentos destinados a Gaza.

Na quarta-feira, o ministério alemão do Exterior alertou que a morte dos voluntários poderia significar a piora da situação dos civis em Gaza. O risco, segundo um porta-voz da pasta, era de que o episódio motive outras entidades de ajuda humanitária, cujo trabalho é “urgentemente necessário”, a reconsiderar e encerrar suas atividades na região.

A Alemanha é um dos aliados de Israel que também tem dirigido apelos ao país para que permita a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.

bl/cn (Reuters, AFP, AP).

 

 



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