Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas nesta segunda-feira (14/10). Torres foi ouvido no âmbito de investigação sobre atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que bloqueou a passagem de eleitores durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. À época, como ministro, Torres era o chefe da PRF, bem como de outras instituições.
A oitiva começou às 14h e foi realizada por videoconferência, a pedido da defesa de Torres, que é chefiada pelo advogado Eumar Novack. Torres respondeu a todas as perguntas dos investigadores.
Em agosto, a PF indiciou Anderson Torres e o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques sob a suspeita de atuação em operação da PRF com o intuito de impedir que eleitores chegassem aos locais de votação em 2022.
Os indícios apontados pela PF são de que ambos, nas atribuições de suas funções, trabalharam para impedir o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. A inferência a Lula é porque a maior parte das blitze ocorreu na Região Nordeste, onde o então candidato petista tinha mais votos.