Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 - Email: [email protected]




Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de vacina contra Zika para prevenir a microcefalia

Especialista explica que mulheres grávidas contaminadas com o vírus da Zika podem transmitir a malformação congênita para os bebês



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Em outubro, foram notificados 35 novos casos de Zika no estado de São Paulo. No acumulado do ano, foram 892 registros, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado. O vírus da Zika, transmitido pela picada do Aedes aegypti, ainda tem relação com a ocorrência de microcefalia no Brasil, aponta o Ministério da Saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 1.900 casos de microcefalia entre 2015 e 2022. Marina Mascarenhas Roriz Pedrosa, infectologista do hospital Encore, de Goiânia, explica que mulheres grávidas contaminadas com o vírus da Zika podem transmitir a malformação congênita para os bebês, quando eles ainda estão no útero.

“A condição da microcefalia que o vírus da Zika pode causar nas crianças uma série de problemas de saúde, como atraso de desenvolvimento, deficiência intelectual, problemas motores e neurológicos. Então são crianças que acabam tendo muita dependência e precisam de muito suporte para o seu desenvolvimento”, afirma a infectologista.

Para evitar essas doenças, o Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) do Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina contra o Zika. O imunizante é composto pelo vírus inativado, mais seguro para aplicação em gestantes, segundo o Instituto.

O vice-diretor do Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) e diretor do Laboratório Multipropósito do Butantan, Renato Astray, informa que é importante prevenir que o vírus se multiplique em abundância na gestante infectada e evitar que ele passe a barreira placentária, para não chegar ao feto.

“Para que isso aconteça, basicamente essa vacina tem que induzir uma boa quantidade de anticorpos neutralizantes, que são aquelas proteínas que vão se ligar ao vírus e vão impedir que ele se ligue às células e que infecte outras células”, explica Astray.

Segundo ele, as primeiras fases para a descoberta de uma vacina são as pesquisas para descobrir, por exemplo, qual é o antígeno (substância estranha ao organismo) e qual tipo de substância é capaz de imunizar contra o microrganismo que causa a doença. “A segunda fase, que nós estamos agora, é mais avançada, porque já temos um protótipo, já temos uma maneira de produzir a vacina”, completa.

Astray pontua que a próxima etapa é o início dos testes pré-clínicos, que são de toxicidade, para verificar a tolerabilidade e possíveis reações. Após a comprovação de que o imunizante possui um caráter de segurança adequado para ser testado em humanos, é iniciado o teste clínico e a fase de produção. Ainda não há data para a disponibilização da vacina ao público.

 



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