O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o horário de verão não será retomado em 2024. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico chegou a recomendar a volta, mas o governo descartou decretar o retorno da medida neste momento. Segundo Silveira, contudo, a volta do horário de verão – extinto em 2019, após 88 anos de vigência – será reavaliada em 2025.
“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação de horário de verão para esse verão. Nós temos a segurança energética assegurada, há o início de um processo de restabelecimento, ainda muito modesto, da nossa condição hídrica. Mas temos condições de chegar, depois do verão, em condição de avaliar, sim, a volta dessa política para 2025″, disse Silveira.
Além disso, segundo o ministro, se o horário de verão fosse retomado em 2024, só poderia ser adotado a partir de novembro, o que impediria o aproveitamento do período de maior benefício econômico da medida, que ocorre entre outubro e meados de dezembro.
“O pico do custo-benefício do horário de verão é nos meses de outubro e novembro, até meados de dezembro. Se nossa posição fosse decretar o horário de verão agora, usufruiríamos muito pouco deste pico. Porque teríamos que fazer um planejamento mínimo para os setores poderem se adaptar. Conseguiríamos entrar com isso só em meados de novembro, e o custo-benefício seria muito pequeno”, explicou.
O ministro destacou, no entanto, que é importante que o horário de verão seja sempre considerado como uma política que ajude na economia de energia elétrica no país. “A política voltou a ser considerada no Brasil e não está descartada para períodos posteriores”.
“Ele não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político. É uma política que tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, portanto deve sempre estar na mesa para uma avaliação precisa do governo federal”, pontuou.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apoiava o retorno do horário de verão, argumentando que a medida traria uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões, com uma redução, durante os horários de pico, de cerca de 2,5 gigawatts na demanda de energia entre outubro e fevereiro.
Um estudo exclusivo feito para a RECORD mostra que 67% dos brasileiros afirmam que se sentem mais produtivos com o adiantamento dos relógios em uma hora, enquanto 58% acreditam que o comércio se beneficia do horário, e 70% afirmam ter mais tempo livre.
O horário de verão tradicionalmente começava em outubro e se estendia até fevereiro do ano seguinte. No entanto, em 2018, o então presidente Michel Temer alterou o início para o primeiro domingo de novembro devido às eleições presidenciais daquele ano, atendendo a um pedido do ministro do STF Gilmar Mendes, então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).