Ministro responsável pela gestão do Bolsa Família aponta suspeitas de concessão irregular aos usuários do programa
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social anunciou, nesta sexta-feira (24/2), que irá retirar 1,5 milhão de pessoas do rol de beneficiários do Bolsa Família já em março. A suspeita é de que esses beneficiários estejam recebendo os valores do programa social de forma irregular.
A informação foi antecipada pelo ministro Wellington Dias em entrevista à Globo News e confirmada ao Metrópoles pela pasta.
Até maio, ao final da triagem, o governo federal espera cancelar 2,5 milhões de repasses, que, de acordo com o ministro, não são necessários.
Em contrapartida, o ministério deve realizar a inclusão de pessoas que cumprem com os requisitos para a concessão do benefício, mas que não haviam sido contempladas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no programa de distribuição de renda.
“Nosso objetivo não é excluir, é tirar quem não precisa e incluir quem necessita do benefício”, explicou Dias, em entrevista ao canal.
Além dos 2,5 milhões de cancelamentos, Dias afirmou que outras 2,2 mil famílias solicitaram voluntariamente a saída do Bolsa Família. O cancelamento pode ser feito em aplicativo disponibilizado pelo governo federal aos usuários.
Há ainda a intenção de criar um benefício extra cumulativo para famílias mais numerosas. Na gestão de Bolsonaro, o valor era fixo, de R$ 600, para famílias de apenas um membro e até sete integrantes.
“Não faz nenhum sentido. Por isso, vamos ter também um valor extra per capita, para atender famílias mais numerosas”, disse, ressaltando que a palavra final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Benefício
Segundo o governo, em fevereiro o programa de transferência de renda alcançará 21,86 milhões de famílias, com recursos de R$ 13,2 bilhões. O valor médio recebido por família equivale a R$ 606,91.
O presidente Lula estuda uma forma de aumentar o valor atual do Bolsa Família para além dos R$ 150 adicionais aos R$ 600 já pagos aos beneficiários do programa com crianças de até seis anos.
Atualmente, o governo federal paga R$ 600 por mês aos beneficiários do Bolsa Família. Entretanto, durante a campanha eleitoral Lula prometeu que, vencendo a disputa, daria um acréscimo de R$ 150 para as famílias com crianças de até seis anos.