O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) cortou em 7,1% sua estimativa para a colheita de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro por causa do impacto do clima quente e da seca no desenvolvimento dos frutos.
A nova projeção é de uma produção de 215,78 milhões de caixas de 40,8 quilos, um volume 16,60 milhões de caixas menor do que o projetado em maio.
De maio até agora, as chuvas ficaram 31% abaixo do previsto, segundo dados do Climatempo. Em relação à média histórica, as precipitações de agosto a maio ficaram 54% menores. As regiões mais afetadas são o Triângulo Mineiro e Bebedouro, onde a maior parte dos municípios está sem chuvas há mais de quatro meses.
Calor excessivo
Além disso, as temperaturas elevadas intensificaram a evapotranspiração e aceleraram a maturação dos frutos. As temperaturas médias máximas de maio a agosto nos municípios do cinturão citrícola foram de 3ºC a 4ºC acima da média histórica (de 1991 a 2020).
Com a maturação antecipada dos frutos, a colheita também está mais rápida, mas as laranjas estão menores. Até meados de agosto, os produtores do cinturão citrícola já haviam colhido 45% da safra de laranja, acima dos 30% da média para essa época.
O Fundecitrus estima que serão necessários 264 frutos para formar uma caixa de 40,8 quilos, 23 a mais do que o estimado em maio. Cada laranja deverá pesar em média 155 gramas, abaixo da média em dez anos (163 gramas).
Houve também incêndios em algumas áreas de citros do interior de São Paulo no fim de agosto, mas os episódios foram pontuais e não devem resultar em impactos significativos sobre o volume de frutas no mercado.
Segundo o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), as áreas atingidas pelos incêndios são pequenas e os proprietários conseguiram controlar o fogo rapidamente.
Preços
O mercado de laranja, no entanto, segue pressionado em função de outras variáveis, como o aumento do greening, doença que afeta os pomares e reduz a produtividade, e a demanda para a produção de suco.