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Fumaça das queimadas traz chuva preta ao sul do Brasil

Meteorologista alerta: a qualidade da água náo é boa e pode reduzir o pH da água



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Foto: NASA Earth Observatory

Nesta quinta-feira, 12 de setembro de 2024, o Brasil enfrenta condições climáticas extremas, com o predomínio de uma massa de ar quente e seco no Centro-Norte, agravando a situação das queimadas, enquanto o sul do país se prepara para uma frente fria que trará chuvas volumosas. Contudo, segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, do Portal Agrolink, essas chuvas virão contaminadas pela grande quantidade de fumaça na atmosfera, resultando no fenômeno conhecido como “chuva preta”.

De acordo com Gabriel, a massa de ar seco no centro-norte segue sem previsão de mudanças para os próximos dias. “Estamos observando grande variação nas simulações, com previsões de chuva para o fim de setembro ainda incertas”, comenta o meteorologista. Ele destaca que somente uma semana antes das chuvas será possível confirmar a previsão.

Enquanto isso, a formação de uma frente fria sobre o Rio Grande do Sul deve trazer chuvas intensas, com acumulados superiores a 50 mm, especialmente na região central do estado. As precipitações são bem-vindas para culturas como milho e arroz, porém, Gabriel alerta que a qualidade da água não será boa. “A grande quantidade de fumaça, proveniente das queimadas na Amazônia e países vizinhos, será transportada para o Sul, contaminando as gotículas de chuva com fuligem”, explica.

Essa contaminação, conforme estudos científicos mencionados por Gabriel, pode reduzir o pH da água da chuva, tornando-a mais ácida. Esse fenômeno pode afetar a qualidade do solo em um momento crucial para os agricultores, que estão realizando as correções necessárias para o plantio de verão. Além de prejudicar o solo, a fumaça também aumenta a concentração de CO2 na atmosfera, o que pode impactar negativamente o rendimento final das lavouras.

A expectativa para a primeira quinzena de outubro é positiva para o início do plantio de soja, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas, por enquanto, a “chuva preta” no Sul acende um alerta para os produtores.



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