Segundo relatório divulgado pela consultoria Agro do Itaú BBA, o preço interno do óleo de soja manteve sua trajetória de alta em agosto e continua valorizado no início de setembro. Este movimento pode marcar o sexto mês consecutivo de elevação do derivado. No mês de agosto, o Brasil exportou 114 mil toneladas de óleo de soja, volume 43,6% inferior ao registrado no mesmo período de 2023.
Apesar da leve alta nos preços da soja, a valorização do óleo de soja tem contribuído para o aumento do spread de esmagamento. Nos primeiros dias de setembro, o óleo de soja registrou uma alta de 0,5%, alcançando 41,50 USDc/lb, enquanto o farelo de soja teve queda de 1,8%, cotado a USD 317/t.
Nos Estados Unidos, o esmagamento de soja continua forte, com 5,3 milhões de toneladas processadas em julho, um crescimento de 4,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse aumento reflete a crescente demanda por biocombustíveis e pela maior capacidade de produção de diesel renovável.
No estado de Mato Grosso, o preço do óleo de soja subiu 3% nos primeiros dias de setembro, atingindo R$ 5,3 mil/t. A demanda interna para a produção de biodiesel segue aquecida, sustentando os preços do derivado no mercado local.
Entre janeiro e agosto de 2024, as exportações brasileiras de óleo de soja somaram 965,3 mil toneladas, uma queda de 49% em comparação ao mesmo período de 2023. Grande parte do óleo foi direcionada ao mercado interno, em resposta ao aumento de 2 pontos percentuais na mistura obrigatória de biodiesel.
Em Rondonópolis (MT), o spread de esmagamento, calculado com base nos preços da soja, farelo e óleo, registrou alta em agosto. Mesmo com o aumento no preço da soja em setembro, a valorização dos derivados manteve o spread em 16% na região.