Forte crescimento das exportações brasileiras de milho foi impulsionado pela alta dos preços internacionais e pela queda na produção mundial
O volume acumulado das exportações de milho entre janeiro e setembro de 2022 atingiu 24,66 milhões de toneladas.
O montante equivale a um aumento de 92,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando as vendas externas do grão alcançaram o patamar de 12,82 milhões de toneladas.
A informação foi publicada no Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta segunda-feira (17).
Segundo o estudo, o forte crescimento das exportações brasileiras foi impulsionado pela alta dos preços internacionais, bem como pela queda na produção mundial do cereal.
Internamente, o movimento de alta foi limitado pela resistência de compradores, que priorizaram a utilização dos estoques, de olho também na demanda internacional e no andamento da colheita nos Estados Unidos.
Com o efeito, percebe-se uma diminuição do ritmo exportador na comparação das vendas externas entre os meses de agosto e setembro de 2022, com redução de 9,2%.
Os portos do Arco Norte apresentaram, no acumulado até setembro, 45% da movimentação nacional das exportações de milho, contra 49,4% no mesmo período de 2021.
O porto de Santos é o segundo principal ponto de saída do grão, escoando 34,4% da movimentação total no período, contra 36,1% do exercício passado.
Os principais origens do milho exportado foram os estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás e Pará.
Em outubro, a Conab divulgou o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2022/23 indicando expectativa de 28,7 milhões de toneladas para o milho apenas na primeira safra.
De acordo com o quadro médio nacional ponderado pela área total nos estados, Maranhão, Piauí, Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul correspondem a 92% da área cultivada com o cereal de verão no Brasil.
A evolução das lavouras nestes estados indicava que 36,4% da área se encontrava nos estágios de emergência e 63,6% no de desenvolvimento vegetativo.
Mercado de fretes
O preço do frete apresentou queda ou tendência de queda em quase todas as praças acompanhadas pela Conab: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Bahia.
Entre os motivos, que podem variar de acordo com a localidade, destacam-se a queda da demanda na entressafra e a retração nos preços dos combustíveis.
A exceção foi verificada no Distrito Federal e no Piauí, que mostraram ainda um mercado aquecido.
O primeiro, justificado pela intensificação do plantio da safra 2022/2023 onde alguns produtores, que ainda não adquiriram os adubos, estão solicitando, e o segundo, sustentado pela movimentação do milho segunda safra.
A pesquisa mensal dos preços dos fretes é realizada pela Conab com o objetivo de monitorar as rotas mais relevantes de corredores logísticos, gerando dados capazes de subsidiar a elaboração de conjunturas econômicas e outros estudos.
A pesquisa não define o preço referencial de mercado.
Adubos e Fertilizantes
De acordo com dados do Comexstat, o Brasil importou 30,47 milhões de toneladas de fertilizantes entre janeiro e setembro de 2022.
O montante equivale a um aumento de 4,67% em comparação com o mesmo período de 2021.
Os portos do Paraná ganham destaque, sendo o ponto de entrada de aproximadamente 27% do total do fertilizante importado.
O aumento das importações foi impulsionado pela crescente evolução da área plantada no Brasil e a intensa movimentação já começa a dificultar a armazenagem do fertilizante recebido.
Por outro lado, há tendência de folga na oferta em razão dos recordes nas importações e da diminuição momentânea na demanda, o que começa também a pressionar os preços para baixo.
A situação, aliada à saturação dos armazéns nos portos brasileiros, está provocando o redirecionamento de navios para outros países.