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Ex-comandante do Exército diz que minuta apresentada por Bolsonaro era igual à encontrada com Torres

Freire Gomes diz que Torres foi escalado pelo ex-presidente para explicar tese jurídica a comandantes das Forças Armadas



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Gomes diz que minuta foi apresentada a Bolsonaro
ALAN SANTOS/PR – 11.09.2020

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes afirmou que, em reunião com os então comandantes das Forças Armadas, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi apresentada uma minuta do golpe com o mesmo teor da encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O depoimento ocorreu no dia 1º deste mês, e a RECORD teve acesso ao conteúdo nesta quinta-feira (14).

Segundo Freire Gomes, o documento determinava “estado de defesa” e instituía uma “comissão de regularidade eleitoral”.

O general afirmou também que ele e o brigadeiro Baptista Júnior se posicionaram contra as medidas da minuta de decreto que impediria a posse do presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Freire Gomes teria afirmado que não havia suporte jurídico para qualquer atitude e que acreditava que o almirante Almir Garnier teria se colocado “à disposição”.

De acordo com uma fonte ouvida pela RECORD, durante o depoimento, a PF apresentou a Freire Gomes a minuta encontrada na casa de Torres e perguntou ao general se era o mesmo documento apresentado na reunião de 7 de dezembro no Palácio da Alvorada. Freire Gomes teria confirmado que o mesmo conteúdo foi exposto a ele naquela e em outras reuniões, inclusive, na presença de Bolsonaro.

Segundo Freire Gomes, as reuniões eram, “geralmente”, entre os comandantes das Forças Armadas, Paulo Sérgio Nogueira e o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas, quando questionado sobre a participação de Torres, o general afirmou que o ex-ministro da Justiça participou algumas vezes para dar explicações jurídicas.

Minuta de decreto encontrada na casa de Anderson Torres
Minuta de decreto encontrada na casa de Anderson Torres
Material cedido ao R7
Minuta de decreto encontrada na casa de Anderson Torres
Material cedido ao R7

Segundo o general, Torres estava incumbido de prestar suporte jurídico para as medidas descritas na minuta, mas que o Exército sempre deixou claro que não atuaria nessas situações.

Freire Gomes teria ressaltado ainda que deixou claro tanto para Bolsonaro quanto para o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional.

O então comandante do Exército disse em seu depoimento que o brigadeiro Baptista Júnior também se posicionou contrário a qualquer medida que pudesse resultar em ruptura institucional.



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