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Estuprada aos 10 anos e expulsa de casa aos 20, mulher que luta contra Câncer ainda precisa provar que existe em RO



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Não bastasse estar enfrentando um agressivo câncer no colo
do útero, a trabalhadora rural Santa Coelho Viana, de 63 anos, mais de 20 deles
morando em Chupinguaia, trava outra batalha dura: sem nenhum documento, a idosa
precisa provar que existe também “no papel”.

A história dessa maranhense foi contada pela filha dela, que
tem 29 anos e a acompanha há três meses em Porto Velho, onde o diagnóstico de
câncer foi confirmado por uma biópsia. Ocorre que o exame não tem validade,
pois Santana não existe no mundo burocrático.

Nascida em Piritoró, no Maranhão, com 10 anos Santana
começou a ser abusada por um amigo da família. Ao contar para a mãe sobre o que
estava sofrendo, ao invés de receber apoio e carinho, foi expulsa de casa e
ainda ouviu uma frase que a marca desde então: “eu não vou criar filha puta”.

Após perambular pelo mundo, inclusive dormindo nas ruas, a
garota chegou até Guajará-Mirim, que fica na fronteira de Rondônia com a
Bolívia. Ali teve o casal de filhos, sendo que o rapaz hoje está com 27 anos.
Ambos foram registrados em nome da madrasta de ambos.

No início dos anos 2000, Santana resolveu tentar a sorte em
Chupinguaia, onde encontrou colocação em fazendas da região. Pela falta de
documentos (a Certidão de Batismo ficou em poder da mãe que a expulsou de
casa), a agora idosa e doente nunca teve a Carteira de Trabalho assinada em
todo esse período.

Agora, vendo que a mãe poderá morrer por falta de
atendimento médico, a filha tenta tornar “visível” a mulher, que está bastante
debilitada pela doença, mas também pelo longo sofrimento físico e psicológico
durante todo esse tempo.

“Eu já registrei um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil
para tentar obter os documentos dela, mas está sendo muito difícil e demorado.
Peço a Deus para que ela aguente esperar por esses papéis para ser atendida”,
diz a filha, emocionada e lutando ao lado da mãe, franzina e resiliente até
aqui.

CLIQUE ABAIXO e assista vídeo gravado por um comunicador de
Porto Velho mostrando o drama da “mulher invisível”.

 

Fonte: Folha do Sul Online

 

 

 



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