A quantidade de horas de sono recomendadas para um adulto tem sido motivo de debate há décadas. Cientistas tentam desvendar se as pessoas precisam do mesmo tempo na cama e quais são os impactos para a saúde.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Médica de Wenzhou, na China, mostra novas evidências de que as pessoas que dormem pelo menos sete horas por noite envelhecem melhor. Elas tendem a ter uma saúde significativamente superior mais tarde na vida.
O novo estudo foi publicado na revista científica BMC Public Health na última sexta-feira (1º/11). O experimento contou com a participação de 3.306 adultos com 45 anos ou mais, e os hábitos de sono deles foram registrados em três momentos, em 2011, 2013 e 2015, e seguidos por um check-up de saúde cinco anos depois.
Os participantes foram divididos em cinco grupos com base nos hábitos de sono ao longo dos quatro anos:
- Estável longo: 8 a 9 horas de sono regularmente;
- Estável normal: 7 a 8 horas regularmente;
- Decrescente: de uma média de mais de 8 horas para menos de 6;
- Crescente: de uma média de menos de 6 para mais de 8;
- Estável curto: de 5 a 6 horas regularmente.
Com as informações de saúde e o tempo de sono dos participantes, os pesquisadores puderam avaliar a recorrência do chamado “envelhecimento bem-sucedido”. Ele é definido como estar livre de doenças crônicas graves, sem deficiência física, com alta função cognitiva, boa saúde mental e envolvimento ativo com a vida. Os autores do estudo também levaram em consideração características como sexo, peso e consumo de álcool.
Quantas horas dormir
Ao final do estudo, apenas 455 participantes (13,8%) se enquadravam nos critérios do envelhecimento bem-sucedido. Destes, 307 dormiam constantemente mais de sete horas por noite.
Os pesquisadores observaram que os índices de envelhecimento bem-sucedido foram significativamente maiores entre as pessoas dos grupos de sono estável longo (17,1%) e estável normal (18,1%) em comparação com aquelas nos grupos de sono com tempo decrescente (9,9%), crescente (10,6%) e estável curto (8,8%).
Embora o estudo não confirme uma relação direta de causa e efeito, ele fornece novas evidências sobre os benefícios do sono prolongado.