As projeções apontam que os estoques de passagem de fertilizantes em 2023 poderão ultrapassar a marca de 8,4 milhões de toneladas de 2022, com os estoques de MOP (Cloreto de potássio) representando cerca de 24% do total. Essa porcentagem está alinhada com a média histórica de 20-25% dos estoques de MOP, contrariando as previsões de participantes do mercado. No meio do ano, esses participantes esperavam que o MOP compusesse mais de 30% dos estoques de passagem para 2024. No entanto, as estimativas foram frustradas.
Os volumes de fertilizantes à base de potássio entregues ao mercado brasileiro aumentaram ao longo de 2023, acompanhando o ritmo de 2022. Estima-se que a composição média de nutrientes entregues em 2023 seja de 12-14-17 (nitrogênio-fósforo-potássio), de acordo com o Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado de São Paulo (Siacesp). Isso contrasta com a mistura média de 14-14-17 entregue em 2022, conforme a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), sugerindo uma escassez de fertilizantes nitrogenados nas misturas fornecidas.
A expectativa é que as compras de fertilizantes à base de nitrogênio aumentem no início de 2024, à medida que os agricultores adiem negociações para a safra de milho de inverno, aguardando uma melhora na relação de troca.
Estima-se que as entregas totais de fertilizantes aos agricultores brasileiros atinjam 44,3 milhões de toneladas em 2023, de acordo com dados da Argus. Essa projeção considera o estoque de passagem de 2022 e uma redução média de 11% na produção doméstica entre janeiro e setembro, atingindo uma média de 542.500 toneladas por mês entre outubro e dezembro. Além disso, considera os volumes movimentados nos portos brasileiros em outubro e novembro, juntamente com dados preliminares de lineup para dezembro, estimando cerca de 12,1 milhões de toneladas entregues aos portos do país no quarto trimestre de 2023.
As estimativas dos participantes do mercado para o total de entregas variaram entre 41 milhões e 45 milhões de toneladas em 2023. As perspectivas mais pessimistas surgiram no primeiro semestre do ano, quando o país registrava um estoque recorde de passagem de 2022 e os agricultores adiavam as compras para a safra de soja 2023-24. Contudo, as entregas aos agricultores e as importações aumentaram no segundo semestre. À medida que as importações avançavam, as estimativas de entregas aumentaram, e o consenso apontou para 44 milhões-45 milhões de toneladas.
