A prática de exercícios físicos está diretamente associada ao desenvolvimento do corpo e da mente. Na avaliação de especialistas da área de saúde, esse tipo de atividade é fundamental para o desenvolvimento pessoal. Os benefícios para o corpo ao longo da vida, por exemplo, envolvem a prevenção de doenças cardíacas, e até mesmo câncer e diabetes. “Combate o sedentarismo, a obesidade, retarda o envelhecimento, traz mais qualidade de vida, além de melhorar a imunidade”, destaca Marcos de Oliveira Reis, professor de educação física.
Dentre os benefícios para a mente, estão a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade e a melhoria da memória. “Melhora não só a estética, colabora, e muito, para saúde mental, porque por meio da liberação de hormônio neurotransmissor positivo, que só é liberado pela prática de exercícios físicos, temos modulação de quadros de ansiedade, depressão, síndrome do pânico. Traz um alívio mental do cansaço por excesso de toxinas, desde tempo de exposição a telas até mesmo estudo, estresse, rotina”, explica a nutricionista Angéli Marques Golfetto.
Para Golfetto, os exercícios são essenciais desde a primeira infância. Os estímulos das atividades feitas ainda quando criança terão impacto direto na vida adulta da pessoa. “É importante [atividade física] em qualquer idade, mas em especial na infância e adolescência, onde hoje nosso problema é o sedentarismo. As crianças são cada vez mais estimuladas a ficarem na frente do celular, do videogame. São muitos os atrativos que fazem com que eles passem a maior parte do tempo sentados. E a família precisa ter um estilo de vida compatível com aquilo que quer para as crianças”, conclui.
A nutricionista explica ainda sobre a importância da atividade física no funcionamento da digestão. “Melhoram o funcionamento do aparelho digestivo. Isso faz com que aconteça aceleração do metabolismo, que reflete diretamente na digestão, o que faz com que a gente absorva muito melhor os nutrientes”, destaca.
Sobrepeso e obesidade no Brasil
Dados da Pesquisa Vigitel 2021 apontam que, entre as capitais brasileiras, a frequência de excesso de peso foi de 57,2%, sendo maior entre os homens (59,9%) do que entre as mulheres (55%). Em relação à obesidade, a taxa foi de 22,4%, semelhante entre mulheres (22,6%) e homens (22%).
No cenário mundial, as Américas possuem a maior taxa de obesidade do mundo, segundo a Opas/OMS. Pelo menos 62% dos adultos têm sobrepeso ou obesidade. Ricardo Faria, morador de Brasília, fez cirurgia bariátrica em meados de 2020 na rede pública de saúde do Distrito Federal. Ele conta que foi obeso durante quase toda a vida e precisou fazer a operação por recomendação médica. Após o procedimento, adicionou atividade física e teve mudanças significativas na rotina.
“A obesidade é uma prisão invisível, te limita, mas tem como reverter a situação e ter uma vida melhor. Para mim, foi literalmente um renascimento. Tenho uma auto-estima boa, consigo ter mobilidade e não tenho mais dores nos pés, nas pernas. Tenho mais facilidade de socializar com as pessoas”, conta.
Ricardo conta ainda que a redução de peso também o beneficiou mentalmente. A parte mais difícil, segundo o brasiliense, é antes da operação. “A mudança mental é muito forte. No meu caso foi bem positivo por conta do pré-operatório. O mental é 90% do processo. A cabeça tem que trabalhar. Eu consegui me descobrir como ser humano”, conclui.
Guia de Atividade Física para a População Brasileira
Neste mês de outubro, o Ministério da Saúde lançou o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, documento que aborda a prática de exercícios em todos os ciclos de vida, desde crianças até a fase adulta, abordando também questões específicas para gestantes e pessoas com deficiência.
O guia, segundo a pasta da Saúde, é direcionado também aos profissionais e gestores do SUS (Sistema Único de Saúde).