As orientações sobre reposição hormonal para mulheres na menopausa foram reformuladas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Associação Brasileira de Climatério (Sobrac).
A principal novidade em relação às diretrizes anteriores, estabelecidas em 2011, diz respeito à recomendação de terapia hormonal para todas as mulheres que apresentam sintomas do climatério. A reposição hormonal, que pode ser feita com comprimidos, cremes e adesivos, é indicada por um período de até dez anos.
Os sintomas do climatério são:
- Sintomas vasomotores, como sudorese, fogachos (as ondas de calor), aumento da temperatura corporal e vermelhidão súbita no pescoço, rosto e tronco;
- Alterações no sono;
- Distúrbios de humor;
- Síndrome geniturinária, com sintomas como secura vaginal, irritação vaginal, dor durante a relação sexual, ardência, coceira, dor ao urinar, urgência urinária, infecções urinárias recorrentes.
De acordo com a SBC, apenas 20% a 30% das mulheres com sintomas vasomotores buscam assistência médica para tratamento, e muitas acabam procurando quando a janela de oportunidade não é favorável.
Idealmente, o tratamento de reposição hormonal deve ser feito nos primeiros 10 anos após o início da menopausa — quando a mulher deixa de menstruar — ou antes dos 60 anos, para que os ganhos compensem.
Iniciar a terapia hormonal com mais de 60 anos de idade ou mais de 10 anos após a menopausa aumenta o risco de doença coronariana, tromboembolismo venoso e AVC.
De acordo com as novas diretrizes, a terapia hormonal deve ser individualizada, com formulações de hormônios sexuais e doses que levem em consideração os riscos e os benefícios de cada mulher. “As várias formulações, doses e vias de administração de terapia hormonal têm alta eficácia no alívio de sintomas do climatério”, afirmam os médicos, no novo documento.