A Operação Presságio, iniciada na quinta-feira (18), está investigando a empresa Amazon Fort, de Carlos Gilberto Xavier Faria, e secretários municipais de Florianópolis por suspeitas de corrupção e fraude em licitações. A operação, realizada em Santa Catarina e Rondônia, foca no contrato de coleta de lixo em Florianópolis, onde a Amazon Fort recebeu R$ 29 milhões em dois anos, apesar de ter sido contratada sem licitação.
A Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra Relações de Consumo (DCA/DEIC) conduziu 24 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de afastamento de servidores comissionados em Florianópolis, Brasília e Porto Velho. Os investigados incluem Ed Pereira, secretário Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Fábio Braga, secretário Municipal do Meio Ambiente, Samantha dos Santos Brosse, esposa de Ed Pereira, e Gustavo Silveira, assessor da Mesa Diretora da Câmara.
Os pagamentos à Amazon Fort quase dobraram de um ano para o outro, de R$ 10,4 milhões em 2021 para R$ 19,4 milhões em 2022. A prefeitura alega que os valores estão “abaixo do valor do mercado”. A investigação começou após a detecção de um crime ambiental em janeiro de 2021, durante uma greve da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), quando a Amazon Fort assumiu a coleta de lixo.
A contratação da Amazon Fort, dias antes da greve da Comcap, levantou suspeitas de previsão de eventos futuros, o que originou o nome “Presságio” para a operação. Mesmo após o término da greve, a empresa continuou prestando serviços sem licitação por aproximadamente dois anos.
Ed Pereira e Gustavo Silveira se pronunciaram sobre a investigação, enquanto Fábio Braga e Samantha Brosse não responderam aos pedidos de posicionamento. A operação também revelou possíveis arranjos ilícitos envolvendo repasses de valores de uma secretaria municipal para uma instituição não governamental. A Amazon Fort não respondeu aos contatos para comentários.