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Em troca de mensagens com Cid, coronel do Exército incentivou golpe de Estado

Jean Lawand Junior também disse a Mauro Cid que Jair Bolsonaro precisava 'dar a ordem', mostra a conversa descoberta pela PF



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Conversa abordou golpe de Estado
PF/REPRODUÇÃO – 16.6.2023

Um áudio encontrado no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid revelou conversas com o coronel Jean Lawand Junior, então gerente de ordens do Alto-Comando do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. Lawand disse a Mauro Cid que Bolsonaro precisava “dar a ordem” para que os militares pudessem agir.

“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Junior em um áudio a Cid em 1º de dezembro de 2022.

No dia seguinte, 2 de dezembro de 2022, o coronel Lawand encaminhou novas mensagens. Às 8h32, ele escreveu: “Ele tem que dar a ordem, irmão. Não tem como não ser cumprida”.

A investigação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda está em curso — novos dados podem ser encontrados no material analisado ou em novas diligências.

Mais cedo, a Polícia Federal encontrou no celular de Mauro Cid um documento que apresentava o roteiro para um golpe de Estado no país após o resultado das eleições presidenciais do ano passado.

Por meio de nota, o Exército informou que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal” e que “na esfera administrativa as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força”.

Além disso, a organização disse que “opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força […] Como instituição de Estado, apartidária, o Exército prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais”.

Defesa de Mauro Cid pede ao STF para militar não comparecer à CPMI do 8 de Janeiro

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus em que pede a anulação da obrigatoriedade do comparecimento dele na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. O militar está preso desde 3 de maio, após uma operação da PF que investiga um suposto esquema de fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19 que envolve dados do ex-presidente Jair Bolsonaro.



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