A redução nas precipitações e o aumento nas temperaturas têm gerado condições propícias para o desenvolvimento das lavouras de soja no Rio Grande do Sul. Dados do Informativo Conjuntural da Emater/RS destacam que, atualmente, 87% das plantações estão em estágio vegetativo, 12% em floração e 1% em enchimento de grãos. A sequência de dias mais secos e temperaturas elevadas desempenhou papel fundamental na mitigação de problemas associados ao excesso de umidade. Esse contexto teve impacto significativo no processo de plantio, especialmente em áreas de várzea, onde as atividades estavam anteriormente comprometidas. No Estado do Rio Grande do Sul, o plantio evoluiu de 98% para 99% da área projetada. A estimativa de plantio para a safra 2023/2024 é de 6.745.112 hectares, e a perspectiva de produtividade é de 3.327 kg/ha.
Do ponto de vista fitossanitário, há apreensão na Região Oeste do Estado devido à detecção precoce da ferrugem asiática em comparação a anos anteriores. Esse quadro foi agravado pelas condições propícias à rápida disseminação dos esporos, decorrentes das constantes chuvas. No período, prosseguiu o monitoramento e a aplicação de Fungicidas de forma preventiva, além do controle químico de ervas espontâneas/concorrentes.
Na região de Bagé, na Campanha, em Candiota, Hulha Negra e Aceguá, as temperaturas elevadas e a incidência constante de ventos reduziram substancialmente a umidade na camada superficial das lavouras localizadas em áreas constituídas de argilas expansivas, apresentando considerável dureza. Em razão dessa condição do solo, a abertura do sulco de semeadura e o contato solo-semente foi negativamente impactado, aumentando a possibilidade de falhas no estande. Os produtores desses municípios aguardam a ocorrência de chuvas para efetuarem novos plantios e para elevar os índices de germinação e emergência das lavouras semeadas recentemente. Porém, eles estão cientes de que essas áreas ficarão desuniformes em seu estabelecimento. Apesar dos ventos fortes ao longo do período, muitos produtores conseguiram realizar as aplicações de herbicidas tempestivamente. Na Fronteira Oeste, em Alegrete, 20% das lavouras de soja estão em fase de floração. De maneira geral, as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento da cultura, e o potencial produtivo é considerado satisfatório, excetuandose as áreas com problemas de estande. Em Itacurubi, os produtores com lavouras afetadas por granizo em 23/12 esperam a realização de perícia nas áreas seguradas para procederem ao replantio. Em Maçambará, as chuvas em poucos volumes foram benéficas para o avanço do plantio em áreas de várzeas úmidas, onde o acesso não era possível, assim como para os replantes das lavouras com mortalidade de plantas devido ao excesso de umidade no solo. Em Manoel Viana, o plantio da época principal foi concluído, restando apenas as áreas de safrinha, que serão estabelecidas após a colheita do milho, a partir da segunda quinzena de janeiro.
Na de Caxias do Sul, as condições climáticas foram altamente propícias para o desenvolvimento e crescimento das plantas. As lavouras apresentam aspecto geral saudável, e não há registro de ataques de pragas ou incidência de doenças.
Na região de Erechim, 60% das áreas estão em estado vegetativo, e 40% em início de floração. O estado das lavouras é considerado positivo, apesar de o plantio ter sido realizado em época mais tardia – especialmente entre o final de novembro e dezembro – do que dentro de uma janela recomendada – entre outubro a novembro.
Na região de Frederico Westphalen, 98% da área foi implantada; a restante será semeada sobre a resteva de milho até 15/01. Entre as fases, 65% estão em fase vegetativa, 34% em floração e 1% em formação de grãos.
Na região de Passo Fundo, após encerrada a semeadura, estão sendo efetuados tratos culturais. Estão 80% das áreas em desenvolvimento vegetativo, e 20% evoluíram para fase de floração.
Na região de Pelotas, é fase final de plantio na maioria dos municípios. Também está em andamento o replantio de áreas que enfrentaram problemas de emergência relacionados à época de semeadura, tanto pelo excesso de umidade em certas regiões quanto pela falta em outras. Em algumas lavouras, a dificuldade de controle das plantas invasoras resistentes aos herbicidas tem interferido no processo de plantio e na sincronização entre os períodos de carência para a implantação da soja e os momentos ideais de umidade do solo. A fase predominante é o desenvolvimento vegetativo, e não foram observadas ocorrências significativas de pragas e doenças.
Na região de Santa Maria, a semeadura está próxima do encerramento; as últimas lavouras serão implantadas nas regiões de Santiago e São Vicente do Sul. Operações esporádicas de replante ocorrem em áreas onde as chuvas, no final de dezembro, comprometeram a emergência das culturas. Devido ao cenário climático que prolongou o período de instalação das lavouras, há heterogeneidade no desenvolvimento das áreas, que estão em emergência, ou em estágio vegetativo, ou em estágio reprodutivo. Diante desse panorama, os manejos realizados abrangem desde o controle de plantas daninhas em lavouras mais tardias até a aplicação de Fungicidas e Inseticidas nas primeiras semeadas.
Na região de Santa Rosa, predominam lavouras em estágio de desenvolvimento vegetativo (85%); 15% encontram-se na fase de florescimento.
Na região de Soledade, a semeadura está em conclusão. Em razão das frequentes chuvas na primavera, houve atraso no plantio, que ocorreu majoritariamente em dezembro. Apesar disso, as lavouras apresentam ótimo crescimento: em 50% da área já houve o fechamento das entrelinhas. O estande de plantas e a sanidade das lavouras estão satisfatórios. A fase predominante é de desenvolvimento vegetativo (94%); em florescimento e enchimento de grãos são 5% e 1% respectivamente. Quanto a comercialização (saca de 60 quilos), o valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,99%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 129,43 para R$ 125,56.