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Dólar retoma R$ 6 e puxa juros com fiscal em meio a falas de Galípolo

Mercados ampliam mau humor após detalhamentos de pacote fiscal e isenção do IR para salários até R$ 5 mil



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Dólar retoma R$ 6 e puxa juros com fiscal em meio a falas de Galípolo

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (29) e volta a ultrapassar a marca de R$ 6 com mercados repercutindo as medidas fiscais detalhadas pelo governo federal na véspera.

Por volta das 10h19, a divisa norte-americana subia 1,49% contra o real, negociada na faixa de R$ 6,10.

No mesmo horário, o Ibovespa tinha decréscimo de 0,16%, 124.413,14 pontos.

Na véspera, o dólar encerrou a R$ 5,99, o maior valor nominal da história.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou nesta quinta-feira (28) as propostas do pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil.

Segundo o ministro, a isenção deve ter impacto fiscal de R$ 35 bilhões – valor abaixo do previsto por analistas do mercado, que previam soma de ao menos R$ 45 bilhões.

A medida — que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso —, deve entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, pontou Haddad.

O governo também detalhou sobre o pacote de ajuste fiscal. As propostas anunciadas por Haddad preveem uma economia de R$ 70 bilhões pelos próximos dois anos que, segundo o ministro, “consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país”.

Para alguns analistas, o anúncio do projeto de mudança na faixa de isenção de IR levantou dúvidas sobre o compromisso do Executivo com o ajuste das contas, pois mostraria um governo mais preocupado com questões políticas do que econômicas.

Mas outros apontaram para uma reação exagerada do mercado.

“O governo precisa demonstrar que seu plano é viável, e por isso devemos esperar um período de volatilidade nos próximos dias e meses. A implementação do esforço fiscal prometido será crucial para consolidar a confiança do mercado”, disse André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

“A reação do mercado é compreensível, mas considero-a desproporcional. Ficou claro que a responsabilidade fiscal é uma prioridade”, completou.

A sessão desta sexta ainda é marcada pela disputa da Ptax de fim de mês. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

Com o foco no noticiário doméstico, o real ia na contramão de seus pares emergentes, que rondavam a estabilidade frente ao dólar em meio a um volume de negociações fraco em uma sessão pós-feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

As atenções no exterior continuam sendo as perspectivas para o novo governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, à medida que suas promessas de tarifas têm gerados temores de guerras comerciais no próximo ano.

 



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