O Conselho da Polícia Civil de São Paulo aprovou no último dia 27 de maio a pena de demissão ao delegado Carlos Alberto da Cunha, suspeito de ter simulado operações em suas redes sociais, incluindo a prisão de um suposto chefe do PCC.
O processo administrativo foi enviado à Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) e seguirá para o governador Rodrigo Garcia (PSDB), responsável por decidir se haverá ou não exoneração.
Procurada, a SSP-SP informou à que há prazo de 30 dias para que o Delegado-Geral de Polícia, dentro de sua alçada, aplique eventuais penas ou peça que outras instâncias o façam conforme suas competências, como prevê o dispositivo legal que instituiu a Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo (207/1979).
De acordo com a Secretaria, também existe, na esfera da própria Polícia Civil, a possibilidade de pedido de revisão do processo disciplinar.
O órgão informou ainda que os atos processuais do Conselho são sigilosos e que o resultado da decisão sobre o delegado será publicado no Diário Oficial do estado dentro dos prazos previstos pela legislação.
Influencer policial
Com 3,7 milhões de inscritos no Youtube, Da Cunha tornou-se popular com a divulgação de vídeos de operações policiais em seu canal. Ele também é pré-candidato a deputado federal.
O delegado responde a vários procedimentos relacionados à simulação de operações. A decisão recente do Conselho se refere a um deles, segundo o qual ele teria forjado, em vídeo publicado no YouTube, a prisão de um suposto líder de facção criminosa — conhecido como “Jagunço do Savoy”.
O suspeito que foi preso na ocasião, no entanto, era outra pessoa de mesmo apelido, mas não o chefe do PCC.