Avanços na fisiologia vegetal estão abrindo novas possibilidades para aumentar a produtividade agrícola. Marcelo Rodrigues, CEO da Krilltech, explica que a tecnologia criada pela empresa tem como foco estimular o metabolismo primário das plantas, potencializando a produção e o consumo de ATP. Essa energia adicional permite que as plantas alcancem seu pleno potencial genético, resultando em aumentos expressivos de produtividade, especialmente em testes de campo.
“A maioria dos produtores costuma focar muito em defensivos, adubos e fertilizantes, mas a fisiologia vegetal precisa ser tratada de forma mais especializada”, explica Marcelo. “Nós, da Krilltech, desenvolvemos produtos que atuam em rotas metabólicas específicas, como a produção de ATP, que é a energia base da planta. Com isso, ativamos processos metabólicos que permitem à planta expressar todo o seu potencial produtivo, mesmo em condições adversas.”
A tecnologia da Krilltech difere dos produtos convencionais por não utilizar extratos vegetais ou hormônios. “Desenvolvemos produtos baseados na fisiologia da planta, quase como uma ‘medicina’ para vegetais”, destaca Marcelo. “Nossa abordagem é tratar a planta como um atleta de alta performance, ajudando-a a expressar o máximo de seu potencial genético.”
Parceria com a Embrapa
O CEO também menciona que os produtos da Krilltech são os primeiros a utilizar nanotecnologia com foco em processos metabólicos específicos nas plantas. A primeira geração de produtos, como o Arbolina, foi desenvolvida em parceria com instituições de peso, como a Universidade de Brasília (UnB), a UFRJ e a Embrapa. “Desde os primeiros trabalhos, os resultados têm sido expressivos, com aumentos de 15% a 25% na produtividade de culturas como tomate e pimentão.”
Em campo, os resultados são consistentes: “Na soja, obtivemos 80% de resultados positivos, com retorno significativo para os produtores. Em culturas como cacau, café e tomate, os ganhos também são impressionantes”, afirma Marcelo. Ele destaca que, para cada real investido pelo produtor, há um retorno de até R$ 50, como no caso do tomate industrial.
Como surgiu
Marcelo Rodrigues revela que a inovação nasceu a partir de estudos sobre o câncer. “Inicialmente, eu trabalhava com pesquisas na área de câncer, estudando como modificar a superfície de partículas para interagir com organelas e processos metabólicos específicos. Esse trabalho envolvia a utilização de luminescência para marcar tumores.”
A aplicação da tecnologia em plantas surgiu quando Marcelo apresentou os resultados de suas pesquisas para a Embrapa. “O Dr. Jimar Silva, da Embrapa, me sugeriu usar a mesma lógica em plantas, e foi aí que surgiu a ideia de desenvolver produtos agrícolas com base nesse conceito. Nós adaptamos o que fazíamos em laboratório para a agricultura e criamos a Krilltech.”