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Curta viagem ao espaço afeta o corpo humano? Novo estudo esclarece

Publicado na revista Nature e agora parte de uma base de dados, o estudo analisou a rapidez com que o corpo de quatro turistas espaciais reagiu e se adaptou aos voos espaciais, bem como o impacto na pele, nos rins e no sistema imunológico



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Curta viagem ao espaço afeta o corpo humano? Novo estudo esclarece

Uma investigação sobre os efeitos de uma curta viagem ao espaço no corpo humano constatou que turistas espaciais apresentam algumas das mesmas alterações corporais que astronautas que passam meses em órbita, sem representar riscos à saúde.

Publicado na terça-feira na revista Nature e agora parte de uma base de dados, o estudo analisou a rapidez com que o corpo de quatro turistas espaciais reagiu e se adaptou aos voos espaciais, bem como o impacto na pele, nos rins e no sistema imunológico.

Durante a viagem de três dias, realizada em 2021, os quatro passageiros do voo da SpaceX, denominado Inspiration4, coletaram amostras de sangue, saliva, pele e outros materiais. Os pesquisadores analisaram essas amostras e descobriram alterações significativas nas células e no sistema imunológico.

A maioria dessas alterações estabilizou nos meses seguintes ao retorno dos quatro passageiros, e os pesquisadores concluíram que voos espaciais de curta duração não apresentaram riscos significativos à saúde.

“Esta é a primeira vez que fazemos um exame célula a célula de uma tripulação quando vai para o espaço”, revelou Chris Mason, pesquisador e coautor do estudo da Weill Cornell Medicine, citado pela Associated Press.

A investigação faz parte de uma série de estudos sobre os efeitos das viagens espaciais na saúde, até o nível molecular. Os resultados fornecem uma compreensão mais clara de como pessoas sem o treinamento extenso dos astronautas se adaptam à ausência de gravidade e à radiação espacial, afirmaram os pesquisadores.

“Isso nos permitirá estar mais bem preparados quando enviarmos seres humanos para o espaço por qualquer motivo”, destacou Allen Liu, professor de engenharia mecânica da Universidade de Michigan, que não participou da pesquisa.

Segundo Afshin Beheshti, pesquisador do Blue Marble Space Institute of Science e participante do estudo, os resultados podem ajudar os cientistas a encontrar maneiras de mitigar os efeitos negativos das viagens espaciais.

A NASA e outras entidades estudam os efeitos das viagens espaciais em astronautas há muito tempo, incluindo residentes de um ano na Estação Espacial Internacional, mas os turistas espaciais têm recebido menos atenção.

A primeira visita de um turista à estação espacial ocorreu em 2001, e as oportunidades de viagens espaciais privadas aumentaram nos últimos anos.



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