Sexta-feira, 18 de outubro de 2024 - Email: [email protected]




Corá diz que seu mandato de presidente da Câmara não irá inviabilizar o governo Fúria



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O vereador Valdomiro Corá, que há mais de uma semana tenta eleger-se presidente da Câmara Municipal em oposição à chapa capitaneada pelo vereador Romeu Moreira, deu uma entrevista ao Segundo News e durante o período de 45 minutos, dentre os muitos assuntos que abordou, falou que não abre mão de sua candidatura e enfatizou que o desespero da outra chapa é porque sabe que ele tem seis votos e por ser o candidato mais velho, tanto em idade quanto em tempo de mandato, será eleito o futuro presidente da Câmara Municipal para o biênio 2023/2024.

Logo no início da entrevista, o experiente entrevistador João Aran lhe concedeu a oportunidade de falar desse imbróglio envolvendo o seu nome durante esse período de quase duas semanas, com uma crise que se tornou mais acentuada no dia em deveria ocorrer a eleição, no último dia 05 de dezembro, quando dois vereadores pediram a impugnação do seu nome como candidato, alegando uma série de questões relacionadas à idoneidade moral e política.

Em resposta, Corá afirmou que todas essas críticas são infundadas e explicou que, para alguém ser candidato a vereador ou a qualquer outro cargo eletivo, tem que apresentar todas as certidões negativas e atender a uma série de requisitos bem rígidos.

Segundo ele, se esteve apto a concorrer ao cargo de vereador, em 2020, tendo sido eleito e diplomado naquele ano, não há nada que o impeça de ser presidente da Câmara Municipal, se ele mantiver os votos desses seis vereadores que já decidiram apoiá-lo.

Aproveitando o gancho do vereador sobre ter sido apto a candidatar-se e eleger-se mais uma vez, o apresentador João Aran, em tom mais ameno, quis saber do Corá qual é a magia que o levou a ter tantos mandatos, mesmo que ao longo de sua carreira ele tenha sido protagonista de algumas polêmicas.

Lembrou por exemplo que Corá, em seus primeiros mandatos, costumava confrontar forças policiais em relação a Blitz de trânsito, saindo em defesa de pessoas que trafegavam pela cidade inabilitadas e as defendia, alegando que, por serem pessoas humildes, não dispunham de condições para se regularizarem. Muitos, segundo ele, eram trabalhadores que precisavam vir da área rural para a cidade, vender os seus produtos ou resolver assuntos burocráticos.

Sobre a “magia”, Corá ressaltou que toda a sua carreira política foi pautada na humildade, no respeito a cada cidadão, desde o maior até ao menor, e, repetindo o que costuma dizer em seus discursos na Câmara, ressaltou que população sabe onde ele mora, e ele trata a todos com respeito.

Lembrou da época em que saiu em defesa de pessoas que, sem ter onde morar, se sujeitavam a viver em acampamentos, enfrentando muitas dificuldades e ele não descansou enquanto não conseguiu do prefeito a liberação de um terreno para elas construírem sua casa própria.

Corá afirmou que as polêmicas em que se envolveu, ao longo de sua carreira, foram para defender o povo. Lembrou que sua família está em Cacoal há quase 49 anos e fez história com muito trabalho. “A primeira empresa a fazer o transporte de passageiros entre Cacoal e Rolim de Moura era do meu irmão, Ermelindo Corá (in memórian). Muitas vezes, por eu fazer denúncias contra arbitrariedades, a empresa era perseguida”, contou.

Retornando ao assunto dessa campanha para a eleição da nova Mesa Diretiva da Câmara Municipal, João Aran perguntou ao Corá como esse nó será desatado, já que o assunto já extrapolou os limites de Cacoal e em todo o estado os políticos acompanham com bastante interesse o desenrolar dessa disputa.

O entrevistador quis ouvir de Corá o que ele tem a dizer à população sobre o processo que pede sua impugnação, como resolver essa situação não apenas sob o ponto de vista meramente político, onde cada grupo tenta convencer o outro lado a ceder, mas também no âmbito do entendimento jurídico.

Corá não entrou diretamente no âmbito jurídico, mas ressaltou que não deve nada à Justiça. Admitiu que teve, sim, um processo no qual teve seu nome envolvido, cumpriu a pena que o juiz arbitrou e hoje pode andar de cabeça erguida. “Estão tumultuando para ver se conseguem um voto da nossa chapa”, disse.

Em relação a essa fala do vereador afirmando que estão tentando ganhar tempo para conseguir um voto dentre os vereadores que hoje o apoiam, João Aran perguntou enfaticamente se ele, Corá, acha que o outro grupo consegue converter um voto a favor dele.

“Não, eles não conseguem. Estão atacando muito a moral da nossa chapa. Eu perdi minha querida mãe no domingo, o sepultamento foi na segunda feira de manhã e à noite eu já tive de ir à sessão, em respeito ao compromisso, mas disposto a não falar nada. (Mesmo assim) bateram tanto em mim. Só que não adianta humilhar ninguém. Quando Deus quer dar uma vitória a alguém, ninguém tira. Essa vitória é nossa, se Deus quiser. A minha vontade é usar a minha experiência para ajudar o prefeito a administrar essa cidade”, disse.

Ao ouvir o vereador Corá dar a entender que, se eleito, não teria dificuldades em trabalhar com o prefeito Fúria, o apresentar João Aran lembrou que, pelo que se observa, a chapa que mais convém prefeito é justamente a que tem o vereador Romeu como cabeça.

Foi aí que o Corá revelou que Romeu não era o candidato do prefeito e se transformou em opção depois que o grupo dele percebeu que o seu preferido, vereador Fritz, não teria a mínima chance de ser eleito. Ele, inclusive, fez uma espécie de lista de preferências do prefeito, em nível decrescente:

Luiz Fritz (1ª opção), Kapiche ( 2ª opção), Ezequiel Minduim (3ª opção) e Paulinho do Cinema (4ª opção). Como nenhum desses candidatos tinha voto para ser eleito, o nome do Romeu acabou se impondo, mesmo ele não tendo sido de sua base aliada ao longo do mandato.

Sobre um dos motivos alegados pelo grupo do prefeito de que Corá não deve ser eleito, pois como o Cássio assumirá como deputado, sempre que Fúria tivesse de se ausentar por mais de 15 dias, ele seria prefeito, Corá explicou que a população não tem nada a perder nessa hipotética situação.

“Se eu assumir a prefeitura, não quero tomar a cadeira de prefeito. Eu só quero o que Deus me permitir. Vou conduzir a prefeitura e entregar do mesmo jeito que a recebi, com muita responsabilidade”, disse.

Em determinado momento da entrevista, o apresentador foi um pouco mais contundente e quis saber do hoje candidato a presidente da Câmara em oposição ao prefeito, como ele pretende se comportar daqui para a frente.

Lembrou que Corá foi oposição ferrenha ao ex-prefeito Franco Vialetto e surpreendeu à população ao mudar de posição, repentinamente, “depois de comer uma macarronada servida na casa do então prefeito do PT”.

Foi aí que Corá construiu uma narrativa para defender essa mudança, alegando que o então prefeito Franco foi reeleito e a partir de aí ele entendeu que não dava mais para brigar com quem teve o mandato mais uma vez respaldado pelos eleitores.

Quanto à “macarronada”, Corá se ofereceu para almoçar ou jantar com o prefeito Fúria. “Se me convidar, eu vou. Não tenho problemas em dialogar”, disse, ao justificar o argumento de que, ao contrário do que os seus opositores espalham, ele não quer ser presidente para travar a governabilidade, mas trabalhar junto com o prefeito pelo bem de Cacoal.

Antes de encerrar a entrevista, Corá ainda falou um pouco sobre política regional e nacional, e disse que, mesmo estando em um partido que se dividiu entre Lula e Bolsonaro, o candidato dele foi o atual presidente. De todo modo, disse que acredita que o Confúcio Moura, que é de seu partido e apoiou a candidatura do hoje presidente eleito pelo PT, deve ser o senador com melhor trânsito junto ao governo federal durante o mandato do Lula. “Se ele assumir mesmo. Há tanta conversa por aí que a gente já nem sabe o que vai acontecer”, argumentou.

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA



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